São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997 |
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Bloco passa a cobrar taxa de participação
FÁBIO GUIBU
Como na Bahia, o bloco vendeu kits de participação e adotou o cordão de segurança para isolar o grupo do restante dos foliões. Só desfilou na Pitombeiras, ontem no final da tarde, quem se dispôs a pagar R$ 35 por uma sacola com bermuda, camiseta e sombrinha de frevo padronizadas. A novidade agradou aos foliões, que reivindicavam mais segurança, mas provocou indignação nos que defensores da tradição. "O Carnaval em Olinda é uma festa marcada pela improvisação e pela participação popular", disse o senador Roberto Freire (PPS-PE). "Pagar para desfilar é um absurdo", criticou ele. A primeira-dama da Pitombeiras, Ione Paiva Batista de Almeida, mulher do presidente da troça, Renato Batista de Almeida, afirmou que as críticas "eram esperadas". Segundo ela, a novidade foi implantada este ano a pedido dos foliões, que ameaçavam não desfilar por falta de segurança. "O Carnaval de Olinda cresceu e hoje tem muito empurra-empurra. Procuramos fazer o melhor", disse. Segundo Ione Almeida, outro motivo para a adoção do sistema de venda foi o custo do desfile. Este ano, afirmou ela, a Pitombeiras gastou cerca de R$ 80 mil para colocar a troça na rua. Desse total, apenas R$ 9.500 foram cedidos pela prefeitura. "O restante obtivemos com a venda, até agora, de mil kits, e com outros eventos organizados pelos sócios", afirmou ela. Na sede do bloco, transformada em bar, o uso dos banheiros era autorizado com o pagamento de R$ 1. A Pitombeiras saiu às ruas no final da tarde, protegida por cem seguranças. Quatro orquestras de frevo animaram a festa, que teve ainda cinco carros alegóricos. O bloco contou com um carro equipado com bar e sanitário, e ambulâncias para emergências. A troça tem novo desfile hoje. O evento mais esperado é o encontro dos bonecos gigantes, que deve reunir 60 desses personagens. Texto Anterior: Mangue beat é opção ao frevo Próximo Texto: Desfile do Rio cansa a loura do tchan Índice |
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