São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Ex-comissário voltou a enxergar

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-comissário de bordo Miguel Rossi, 38, é um dos voluntários que participam do estudo com a aplicação da droga Isis 2.922. Rossi soube que tinha o HIV há dois anos e em julho de 96 descobriu que pegara o citomegalovírus.
"Eu já estava perdendo parte da visão. Via pontinhos pretos, os objetos embaçados. Não enxergava o que se passava ao lado", relata.
Quando iria começar o tratamento convencional, Rossi foi convidado a participar do protocolo -os testes com aplicações da nova droga pela Unifesp.
"Depois das duas primeiras aplicações, os pontos pretos e o embaço desapareceram. As injeções não doem, e o medo que tinha no começo passou."
Rossi foi comissário de bordo da Vasp durante 15 anos. Fazia a linha Los Angeles-Seul e morava nos EUA. Há um ano e meio se aposentou. "Adorava o meu trabalho, tinha orgulho do meu uniforme", conta. "A notícia da Aids foi muito dura. Deixar o emprego foi terrível, mas saber que estava ficando cego foi uma tragédia." Hoje Rossi dirige e lê sem dificuldades.
O técnico em segurança de medicina do trabalho, Osvaldo R., 36, começou a perder a visão há cerca de sete meses e um mês depois entrou como voluntário no estudo da Unifesp. No seu caso, os médicos estão pesquisando o resultado da aplicação local das drogas Isis 2.922, no olho esquerdo, e do ganciclovir, no direito.
A visão vem sendo recuperada nos dois casos.
(AB)

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