São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Brasileira pode deixar hoje a prisão

ANDRÉA FORNES
DA REDAÇÃO

A brasileira Lamia Maruf Hassan, de 32 anos, pode ser libertada ainda hoje em Israel junto com outras presas palestinas.
O grupo, de 20 a 30 pessoas, deixaria prisão próxima a Tel Aviv e seguiria para Ramallah (na Cisjordânia, distante cerca de 40 km), onde há encontro previsto com o líder palestino, Iasser Arafat. Depois, cada uma delas seria entregue a sua família.
A informação é do advogado Airton Soares, 42, que acompanha o caso da brasileira desde o início. Lamia (pronuncia-se Lâmia) está presa desde 1986, tendo sido condenada à prisão perpétua por cumplicidade na morte de um soldado israelense dois anos antes, na Cisjordânia.
Segundo Soares, que se encontra em Tel Aviv, há 99% de chances de a libertação ocorrer hoje porque "todas as questões legais já foram superadas". Ontem, a Corte Suprema de Israel rejeitou um recurso contra a libertação apresentado por associações israelenses das vítimas do terror.
Brasil ou Israel
A dúvida é saber se ela será imediatamente deportada ou se ficará em Israel para visitar o marido, que também está preso. Em 1984, Lamia usou seu passaporte brasileiro para alugar um carro.
Dirigindo, deu carona para um soldado judeu, que foi dominado pelo marido dela e por outro palestino, que estavam escondidos no carro. Eles mataram o soldado depois de terem fracassado as negociações com Israel para encerrar o sequestro. Os três foram condenados pela Justiça Militar de Israel.
Após visitar o marido, Lamia viajaria para o Brasil. "Ela certamente teria problemas se quisesse ficar aqui. Seu passaporte não tem o visto de permanência, o que tornaria irregular a sua situação no país", afirmou o advogado.
Mas Patrícia, a filha de 11 anos de Lamia, disse que está planejando uma viagem a Israel para reencontrar a mãe, que ela não vê há quase quatro anos. "Tenho falado com minha mãe por telefone a cada três meses. A última vez foi no Ano Novo. Mas daqui a um mês vou estar lá com ela."
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As libertações de prisioneiras palestinas começaram no governo trabalhista de Yitzhak Rabin e, depois, Shimon Peres. O processo foi suspenso com a posse do atual premiê, Binyamin Netanyahu, tomou posse, no ano passado.
O governo israelense anunciou finalmente a libetação de Lamia e de outras detentas na última sexta-feira. No dia seginte, Arafat afirmou que elas deveriam ser soltas no início desta semana.

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