São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Albright recebeu cartas

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O prefeito de uma pequena cidade da República Tcheca escreveu em 1994 à então embaixadora dos EUA junto à ONU para informá-la da descoberta de documentos sobre a morte de seus avós em campos de concentração nazistas.
Madeleine Albright, atual secretária de Estado dos EUA, nunca respondeu às quatro cartas de Petr Silar, prefeito de Lethorad (Boêmia). Na semana passada, quando o "The Washington Post" revelou sua ascendência judaica, ela disse ter tido "grande surpresa".
O porta-voz de Albright afirma que ela não se recorda de ter lido as cartas. "A embaixadora recebia um enorme volume de cartas e não podia ler todas elas", disse.
Madeleine Albright, 59, foi educada na Igreja Católica Apostólica Romana por seus pais, Josef e Mandula Korbel.
Ela nasceu na então Tchecoslováquia em 1937. No ano seguinte, foi para Londres, onde o pai, diplomata, servia quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu em 1939.
Após a guerra, os Korbel voltaram para a Tchecoslováquia. Em 1948, emigraram para os EUA. Apesar de ter se declarado surpreendida com a reportagem, Albright fora aconselhada por assessores a ser menos categórica ao negar a possibilidade de seus ascendentes terem sido judeus.
Em audiências no Senado para a confirmação de seu nome como secretária de Estado, ela voluntariamente disse haver uma possibilidade ser descendente de judeus.
O avô de Albright, Arnost Korbel, morreu em 1942 no campo de concentração de Teresienstadt, perto de Praga.
A avó, Olga Korbel, morreu no final de 1944 em Auschwitz, na Polônia, o maior campo de concentração nazista.
(CELS)

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