São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Simpson deverá pagar mais US$ 25 mi

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O júri da ação civil contra o ator e ex-jogador de futebol americano O. J. Simpson decidiu que ele deve pagar US$ 25 milhões, além dos US$ 8,5 milhões a que fora condenado na semana passada, para as famílias de sua ex-mulher e de um amigo dela, assassinados em 1994.
No último dia 5, o mesmo júri considerou Simpson responsável pelas duas mortes. Em outubro de 1995, Simpson fora absolvido no processo criminal desse caso.
As despesas do processo civil, inclusive as dos advogados das famílias de Nicole Brown e Ron Goldman, as vítimas, também terão de ser pagas por Simpson.
Mas ele ainda pode recorrer dessas decisões e é tido como certo que o fará nos próximos dez dias. Uma decisão final poderá demorar entre um e três anos.
Simpson pode se declarar falido para tentar evitar pagar as indenizações a que foi condenado. Ele disse em juízo que só tem US$ 6.200 em dinheiro e que suas propriedades estão penhoradas pelos advogados que o representaram nos processos criminal, civil e pela custódia dos dois filhos, que ele ganhou em dezembro de 1996.
Quando ele se divorciou de Nicole Brown em 1991, sua fortuna era estimada em US$ 10,5 milhões. Segundo investigação feita pela rede de TV CNN e revista "Time", agora ela seria de US$ 2,5 milhões.
As leis no Estado da Califórnia, Costa Oeste dos EUA, onde o caso foi julgado, garantem a Simpson o usufruto de suas aposentadorias, no valor de US$ 5 milhões, às quais terá direito quando fizer 55 anos, em 2002. Do dinheiro que for capaz de produzir no futuro, Simpson tem garantido por lei 75%.
Ao contrário da decisão da semana passada, a de ontem não foi unânime. Um dos 12 jurados votou contra indenizações punitivas e dois contra a quantia estabelecida. O júri podia ter decidido que a indenização compensatória de US$ 8,5 milhões já era suficiente.
Cada família receberá US$ 12,5 milhões de acordo com a decisão de ontem. Os US$ 8,5 milhões compensatórios serão apenas para a família de Goldman porque os Brown não haviam pedido compensação financeira em sua ação.
O júri do caso civil era composto por nove brancos, um asiático-americano, um hispânico e um afro-asiático. O do caso criminal, por nove negros, dois brancos e um hispânico. Simpson é negro e Brown e Goldman eram brancos.
A composição étnica diferenciada ocorreu porque o caso criminal foi julgado no centro de Los Angeles, onde a maioria da população é negra, e o civil na cidade de Santa Mônica, onde Simpson mora e a maioria da população é branca.

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