São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997
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Dias de cão

As recentes declarações de FHC, feitas na Itália, de que não desvalorizaria o real trouxeram à memória de um conselheiro político do presidente um caso ocorrido no México.
Em 82, as exportações daquele país estavam em queda e o presidente Lopez Portillo era pressionado para desvalorizar o peso.
Uma piada que circulava no país dizia que a coisa mais barata no México era um dólar.
Portillo, então, pediu uma cadeia de rádio e TV para defender sua política e negar os boatos de que mexeria no câmbio:
- Não vai haver mudanças na moeda. E se pressões forem feitas, eu serei um cão de guarda indomável da moeda.
Alguns dias depois, Portillo rendeu-se e decretou maxidesvalorização do peso mexicano.
A medida, impopular, fez com que Portillo tivesse que cancelar quase todas suas aparições públicas daí em diante.
Razão: onde quer que fosse, o público começava logo a latir.

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