São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997
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Augusta Express é 'por quilo' passável

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Que fazer ante à invasão de restaurantes por quilo? Combatê-los, impossível: vieram para ficar. Juntar-se a eles... também não cheguemos a tanto. Mas é preciso entender seus méritos, que existem, e garimpar os que convivem com a mínima exigência da boa mesa.
O Augusta Express é um bom parâmetro. Aberto há seis meses, é sucesso de público, com a diferença de que não tem aquele ar de provisório, diferentemente da maioria.
Pelo contrário, está bem instalado num salão decorado sobriamente com paredes amarelas e luzes em sancas -embora sem driblar, com suas mesas nuas e enfileiradas, um triste ar de refeitório. A casa tem 210 lugares, mas costuma receber o dobro em dias comuns.
É compreensível certo preconceito ante a prática de se comer por quilo. Escancarar esse critério reduz o gesto da alimentação a seu componente mais banal -a quantidade. Mas considerando-se que ajuda a controlar o desperdício, pagando pelo que se consome, não deixa de ser louvável.
Os inconvenientes do restaurante por quilo não estão no fato de vender comida a peso, mas sim no sistema self-service, com comida feita aos montes por antecipação e entregue à mercê dos "réchauds".
Com exceção de certos pratos que toleram esse sistema, é algo que não se pode comparar com um serviço à la carte.
Sem escapar dos inconvenientes, o Augusta Express lida razoavelmente bem com eles. Instalou uma grelha de carvão onde assa belas carnes (da picanha americana à alcatra, do salmão ao cupim), talvez tornando-se a churrascaria mais barata da cidade. Serve uma cozinha trivial, para quem quer almoçar fora sentindo-se em casa, mas adota também pratos consagrados como a feijoada, de quarta e sábado, ou o bacalhau das sextas-feiras.
O "réchaud" produz massas esgotadas, couve mineira implorando o tiro de misericórdia e peixes tão cozidos que já não têm nenhuma missão a cumprir na Terra. Apesar disso, os grelhados, o feijão, as sala

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