São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 1997
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Avião bate em árvores, mata 1 e fere 13

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O co-piloto morreu e pelo menos 13 pessoas ficaram feridas em acidente durante o pouso de um Boeing 737 da Varig na tarde de ontem no aeroporto de Carajás, no Pará. O avião fazia o vôo 268, de Belém a Brasília, com escalas em Marabá e Carajás.
No momento do acidente, às 12h34 (horário de Brasília), segundo o Salvaero, estavam a bordo 48 passageiros e seis tripulantes.
As rodas do avião derraparam na pista molhada pela chuva e um dos pneus estourou. Desgovernado, o avião se arrastou para a direita e saiu da pista até se chocar com as árvores a cerca de 50 metros.
No choque, o co-piloto José Aparecido de Oliveira, 36, teve múltiplas fraturas e morreu ao chegar ao hospital do núcleo urbano de Carajás -cidade mantida pela Companhia Vale do Rio Doce.
Também se feriram gravemente o piloto Cairo Roberto Fernandes dos Santos, a passageira Olga Sato e o filho dela de 1 ano, Tayosko Sato, todos com várias fraturas.
Segundo informações do hospital, Santos não corria risco de vida, mas Olga e o filho seriam transferidos ainda ontem para Belém em estado grave. Outros passageiros e tripulantes com ferimento leves e em estado de choque também foram levados ao hospital.
Surpresa
O vôo 268 saiu de Belém às 10h30 com destino a Brasília e escalas em Marabá e Carajás.
Segundo passageiros ouvidos por telefone de Carajás pela Agência Folha, o piloto chegou a avisar, minutos antes, que não faria o pouso em Carajás, devido ao mau tempo, e seguiria para Brasília.
O capitão Hélio Costa, do Salvaero-Belém, informou que a torre de Carajás autorizou o pouso e o piloto fez a descida.
Segundo a passageira Adriana Abreu Brasileiro, 34, não houve o procedimento normal de descida com os avisos de bordo para posicionar cadeiras e apertar cintos.
"Fomos pegos de surpresa. O piloto disse que não pousaria por causa da chuva pouco antes."
Hélio Bressan, que embarcou em Marabá, disse que os passageiros só perceberam o risco iminente com a batida do trem de pouso no chão e queda das máscaras de oxigênio sobre os assentos.
"Foi um impacto muito forte e o pânico geral", disse Bressan.
A Varig levou os passageiros para os dois hotéis de Carajás e até as 17h30 não havia feito um pronunciamento oficial sobre o acidente.
Procurado no escritório da Varig e no aeroporto de Belém, o gerente-geral da companhia no Pará e Amapá, José de Jesus Martins, não foi localizado pela Agência Folha.
Uma equipe de peritos da Aeronáutica enviada de Belém chegou ontem a Carajás, para investigar as causas do acidente.

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