São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 1997
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Programa de tolerância zero gera crise entre PM e secretaria

DA REPORTAGEM LOCAL

O anúncio de uma nova orientação para o policiamento -inspirado no programa de tolerância zero, da polícia de Nova York- abriu uma crise entre a PM e a Secretaria da Segurança Pública.
Anteontem, o secretário José Afonso da Silva cobrou, publicamente, o subcomandante-geral da PM, coronel Carlos Alberto da Costa. "Se o senhor tem um plano de tolerância zero, apresente-me. Quero saber que plano é esse."
A secretaria planejava adotar algumas medidas desse programa a longo prazo. Antes, iria enviar uma equipe para estudar o gerenciamento policial de Nova York.
O programa prevê, entre outras medidas, o combate aos delitos menos ofensivos a fim de desestimular os mais graves e a análise estatística diária da criminalidade.
Mas a PM anunciou a adoção de um dos itens do programa a partir da próxima semana: o combate aos pequenos delitos. A operação envolveria o Comando de Policiamento Metropolitano e a tropa de choque. Ao todo, 25 mil homens.
Em resposta ao secretário, o coronel Costa disse que não se tratava do tolerância zero. Mas Costa havia dito em entrevistas que a PM estava preparando a adoção de um dos itens do programa: o combate dos pequenos delitos.
"O cidadão, por exemplo, tem o direito de ir aos teatros e cinemas sem ser incomodado por guardadores de carros." A Folha procurou ontem o Comando Geral da PM, mas não obteve resposta.
Ontem, a data da operação, prevista para segunda-feira, foi adiada para terça. Ela também ficou menor. Participarão os policiais da tropa de choque, cerca de 3.000.
A Folha apurou que, para a Secretaria da Segurança, é impossível instalar um programa de tolerância zero de imediato.

LEIA EDITORIAL sobre as propostas de mais policiamento à pág. 1-2

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