São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 1997
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Bancada do PT tenta evitar demissões

Empresa espera financiamento

DA FOLHA VALE

A bancada do PT na Câmara de São José dos Campos (97 km de São Paulo) tenta junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a inclusão de uma cláusula no pedido de financiamento feito pela Embraer para barrar as demissões na empresa.
A Embraer estuda a possibilidade de demitir 400 empregados. O motivo seria a ociosidade registrada nas linhas de produção dos aviões Brasilia, AMX e Tucano.
A cláusula seria uma contrapartida para o banco aprovar o pedido de financiamento. A Embraer tenta obter US$ 1 bilhão no BNDES. O pedido está em fase de análise.
A aprovação do financiamento depende do fechamento de um contrato que a Embraer está negociando com a empresa regional American Eagle, dos EUA.
O acordo prevê a venda de 40 aviões EMB-145. Assessores da vereadora Amélia Naomi (PT) afirmaram que estão fazendo articulações visando pressionar o BNDES.
A assessoria do BNDES informou que o banco vai aguardar a oficialização do pedido para poder se pronunciar. O BNDES adiantou que este tipo de intervenção não faz parte dos critérios para aprovação de financiamento.
Amélia liderou a formação de uma comissão de vereadores para discutir alternativas para impedir as demissões. A Embraer informou que deverá receber os vereadores na próxima semana.
O corte deverá atingir em sua maioria os empregados da linha de produção da empresa (320). Os demais seriam da área administrativa. Caso a dispensa se concretize, será a terceira maior demissão em massa após a privatização da empresa, ocorrida em dezembro de 94. No período, a Embraer já demitiu 2.050 funcionários.
A última demissão ocorreu em março de 96, com um corte de 350 empregados. A empresa poupou outros 800 depois de um acordo entre os sindicatos dos Metalúrgicos e Engenheiros que resultou na redução de 10% dos salários dos funcionários da produção e chefia.

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