São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 1997
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Melhora a qualidade do capital externo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A qualidade do capital estrangeiro que ingressa no país melhorou em 96, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central.
Os empréstimos de médio e longo prazos e investimentos diretos substituíram os capitais de curto prazo -que ficam menos de um ano no país e são basicamente especulativos.
Em 95, entraram US$ 18,834 bilhões em aplicações de curto prazo. No ano passado, apenas US$ 3,995 bilhões.
São capitais de curto prazo, por exemplo, investimentos em mercado de renda fixa (como compra de CDBs e títulos públicos).
Segundo o diretor do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o ingresso do capital de curto prazo caiu devido ao aumento da taxação sobre essas aplicações.
No lugar do capital de curto prazo, entraram os empréstimos e financiamentos que governo e empresas obtêm no exterior com prazos de um ano ou mais.
Novo perfil
Segundo o BC, também mudou o perfil de quem toma esses empréstimos no exterior. De 95 para 96, os empréstimos obtidos por instituições financeiras foram substituídos por captações diretas de empresas.
No fim de 95, as empresas não-financeiras pagavam juros médios equivalentes a 5,68 pontos percentuais acima da taxa do governo dos Estados Unidos. No fim de 96, a taxa era de 3,9 pontos percentuais.
Os investimentos diretos, como instalação de fábricas e compra de empresas, atingiram US$ 9,442 bilhões em 96, contra US$ 3,928 bilhões no ano anterior.
No total, ingressaram US$ 33,012 bilhões. O capital de curto prazo e os investimentos em ações representaram 30,39% do total, contra 68,39% em 95.
Reservas internacionais
Incluindo os títulos de médio e longo prazos, as reservas passaram no período de US$ 60,110 bilhões para US$ 58,951 bilhões.
A queda nas reservas se deve a pagamentos ao Clube de Paris (US$ 149 milhões), que reúne os países credores, e à saída de recursos pelas contas CC-5, que permitem a transferência de recursos ao exterior.
As contas CC-5 já vinham registrando saídas nos últimos meses, mas houve crescimento devido ao início da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

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