São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 1997
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Patrocínios ao esporte; Função da universidade; Curvas perigosas; Prevenção; Sinceridade; Assalariado da população; Estímulo ao debate; Choque; Partidas

Patrocínios ao esporte
"Pareceu-me indispensável consignar estas ponderações sobre determinados patrocínios concedidos a clubes e a profissionais do esporte, advindo os recursos, em geral de elevados portes, de origens que jamais poderiam promover-se dessas maneiras.
Em especial refiro-me ao comportamento de empresas que exploram planos de saúde de diferentes modalidades, como ainda de instituições estatais.
Como esportista praticante, imitando muita gente, almejo progresso no âmbito das atividades físicas. Entretanto, paralelamente às colaborações de governos, contribuições tendo como contrapartida a efetivação de propagandas podem apenas ter origem em firmas privadas, e, quanto aos que vendem planos de saúde, julgo ser imoral perverter os desígnios fundamentais, só ligados à prestação de atendimento resolutivo, de boa qualidade."
Vicente Amato Neto, professor da Faculdade de Medicina da USP -Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Função da universidade
"Concordo com o artigo do prof. Ernst W. Hamburger (11/2) quando diz: 'A Universidade de São Paulo consegue atingir uma população mais ampla' por meio da Estação Ciência.
Porém é preciso uma discussão mais ampla sobre as verdadeiras funções da universidade pública em relação à sociedade.
É evidente que a produção e divulgação científica são de grande importância, contudo o interesse pela resolução dos problemas sociais e a maior democratização no ingresso na universidade são temas que devem ser debatidos com maior profundidade."
Gilberto Alvarez Giusepone Júnior, diretor de imprensa do DCE-USP e diretor-tesoureiro do Instituto de Pesquisas e Estudo de Governo -Ipesg (São Paulo, SP)

Curvas perigosas
"O diretor do Denatran, Kazuo Sakamoto, disse à mídia: 'Uma medida sugerida pelos técnicos para diminuir o número de mortos é a eliminação de pontos críticos em estradas e ruas; se uma curva for muito acentuada, daremos um jeito de melhorá-la, corrigindo raios e níveis'.
Nesse mesmo sentido, o chefe da assessoria de segurança da CET, Luís de Carvalho Montans, afirmou que 'em comparação com a frota em circulação, nos últimos 9 anos o número de acidentes de trânsito em São Paulo caiu 2,3 vezes, devido também à correção e sinalização de pontos que causavam acidentes, como curvas perigosas' (isto é, sem sobrelevação).
Alguns grãos de mostarda que venho jogando há 27 anos em terrenos pedregosos caíram em terreno fértil. Porém, se não houver obrigação de as curvas obedecerem a um projeto planialtimétrico, feito por engenheiro competente, esse será um trabalho de Sísifo."
Ardevan Machado (São Paulo, SP)

Prevenção
"O prefeito Pitta parece não ter o preparo necessário para responder pela cidade. Enfrentando o primeiro período de governo no verão, encontra dois grandes problemas característicos: enchentes e buracos.
Alegando ser responsabilidade do governo do Estado o desassoreamento das calhas dos rios, não se preocupa em prevenir as causas.
Em vez das absurdas declarações que faz, deveria limpar os logradouros públicos, evitando o carreamento de partículas sólidas, lixo e materiais recicláveis, grandes responsáveis pelas enchentes.
Será que é possível prever o que acontecerá com os piscinões?
Talvez a estratégia seja a de manter abertos os milhares de buracos existentes na cidade: água empoçada não escoa para os rios..."
Samir Tanios Hamzo (São Paulo, SP)

Sinceridade
"Sobre a campanha de publicidade 'Sinceridade dos redatores': pena que tudo que faltou foi mesmo a sinceridade.
Deve ser assim mesmo, devem ser sinceros quando falam ou escrevem de assuntos que não os jornalísticos propriamente ditos.
Lembro-me agora de algumas reputações destruídas (ministro Alceni Guerra e escola Base), de desmentidos em letrinhas pequenas quando a mentira foi apregoada em manchetes; das famosas notícias plantadas; das chamadas em tipos grandes que nada têm a ver com o texto, só para lembrar algumas insinceridades.
Afinal, os redatores da Folha não são conhecidos como elaboradores de cardápio, vendedores de carro, prefacistas. Ou pior, será que toda propaganda veiculada no jornal é suspeita?
P.S. - Parabéns pelo texto da campanha anterior (dos presidentes)."
José Lima Martelletti (São Paulo, SP)

Assalariado da população
"É preciso que o eleitor tenha sempre em mente que todo eleito, seja ele presidente ou vereador, é um assalariado da população, da qual ele, eleitor, é uma parcela contributiva.
Assim, o eleitor merece todo o respeito e consideração por parte do eleito, pois este está no cargo em que se encontra para executar tarefas e defender os direitos do eleitor e contribuinte, membro efetivo da população, responsável por sua remuneração."
Bilac de Almeida Bianchi (São Caetano do Sul, SP)

Estímulo ao debate
"Primeiro foi o editorial defendendo a privatização da Vale do Rio Doce, depois o editorial aprovando essa lei absurda e autoritária sobre a doação de órgãos.
Melhor seria se este jornal estimulasse um amplo debate com a sociedade sobre essas questões polêmicas, dando espaço à opinião pública, em vez de privilegiar a sua própria."
Margaret Ferreira dos Santos (São Carlos, SP)

Choque
"A Folha de 26/1 deixou-me perplexo, estupefato, desesperado e apavorado quando, ao ler o 'Contraponto', deparei-me com uma letra 'm' horrenda, que jamais poderia estar ali ('haviam' 12 palestrantes)."
Sylésio Soares (Águas de Santa Bárbara, SP)

Partidas
"Confesso que estou triste com a partida de Antonio Callado e de Paulo Francis.
Enquanto Callado foi-se com algumas idéias com as quais concordo, Francis mudou.
Quando ele fazia o papel de porta-voz da burguesia sempre me feria. Exemplo: quando falou as besteiras sobre Vicentinho e o Nordeste."
Adão de Sousa Lina (Embu, SP)

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