São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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CPI faz nova rodada de depoimentos

Trabalhos voltam amanhã

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

Após o recesso do Carnaval, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga irregularidades na emissão de títulos públicos retoma seus trabalhos com uma nova rodada de depoimentos, a partir de amanhã.
O depoimento mais aguardado é o de Ibrahim Borges Filho, dono da IBF Factoring, empresa que mais lucrou em operações com títulos estaduais e municipais entre 95 e 96. Segundo relatório do Banco Central enviado à CPI, esse lucro foi de R$ 32,514 milhões.
A CPI suspeita da IBF Factoring porque ela teria um capital de R$ 10 mil -ou seja, incompatível para sustentar essa lucratividade.
A empresa realizou operações com os títulos de Santa Catarina e dos municípios de Osasco (SP) e Guarulhos (SP) -que estão sendo investigados pela CPI.
Os senadores vão querer explicações de Borges Filho sobre as operações feitas por sua empresa e sobre como foi possível lucrar R$ 32,514 milhões com esse capital.
Até ontem, o empresário não havia confirmado sua presença no plenário da CPI (seu depoimento está marcado para amanhã). Caso ele não compareça, passará a ser convocado pela Polícia Federal, por determinação da comissão.
A reportagem da Folha não conseguiu localizar Borges Filho. Desde meados de janeiro, é dito, em sua casa, que ele viajou.
Entre os depoimentos já marcados estão o do secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Yoshiaki Nakano, do secretário municipal das Finanças de São Paulo, José Antônio de Freitas, e do coordenador da Dívida Pública do município, Wagner Baptista Ramos.
As operações do município de São Paulo estão sendo investigadas porque, de acordo com relatório do Bc, elas causaram um prejuízo ao Tesouro municipal de R$ 10,390 milhões entre dezembro de 1994 e abril de 1996.
A convocação do prefeito Celso Pitta, que era secretário de Finanças quando as operações foram realizadas, ainda não foi aprovada.

Colaborou a Reportagem Local

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