São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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Temer prepara agenda da reeleição

DENISE MADUEÑO; DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), iniciou ontem sua gestão dando continuidade à prática de definir a pauta de votações de acordo com os interesses do governo.
Horas antes da cerimônia de abertura dos trabalhos legislativos, Temer usou a residência oficial da presidência da Câmara para fazer uma reunião com líderes governistas e os articuladores políticos do Planalto -ministros Sérgio Motta (Comunicações) e Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos).
Os governistas decidiram que a emenda da reeleição será votada em segundo turno na próxima terça-feira, dia 25.
"Vamos votar a reeleição na próxima semana e depois formar a comissão especial da nova lei das telecomunicações", disse Motta.
"Vamos ter 15 votos a mais que no primeiro turno", afirmou Santos. No primeiro turno, dia 28 passado, a emenda foi aprovada com 336 dos 513 votos dos deputados.
O governo também articulou um acordo entre os líderes para evitar divisões na base de sustentação e facilitar a aprovação das reformas.
O acerto prevê rateio entre os maiores partidos (PMDB, PFL, PSDB e PPB) dos principais cargos (presidente e relator) das comissões que analisam os projetos.
A divisão foi a fórmula encontrada para evitar a guerra entre os partidos em busca de filiações.
"Queremos acabar com o confronto, a guerra e a disputa. O mais importante é a manutenção da maioria política (do governo)", disse o líder tucano, José Aníbal (SP). Antes do acordo, o PSDB negociava a formação de um bloco com o PTB para conquistar a maioria na Câmara.
"Os blocos podem ser formalizados, mas não terão influência na divisão das comissões", afirmou o líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA).
Aumento de verba
Michel Temer deve reunir os demais membros da Mesa Diretora da Câmara na próxima semana para discutir o aumento das verbas de gabinete.
O aumento foi prometido por Temer durante sua campanha. Atualmente, cada deputado pode gastar R$ 10 mil por mês para pagar salários de até 16 funcionários. O maior salário é de R$ 2.000.
O diretor-geral da Câmara, Adelmar Sabino, preparou estudo comparando as verbas da Câmara com as dos Legislativos estaduais.
(DENISE MADUEÑO e DANIEL BRAMATTI)

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