São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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Brasil terá crescimento 'anêmico' em 97

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento econômico do Brasil este ano será "anêmico", com um aumento de apenas 2,2% do PIB (Produto Interno Bruto, a medida da riqueza do país), em comparação com as estimativas oficiais de 4% a 5%, segundo o grupo financeiro Salomon Brothers, dos Estados Unidos.
Apesar dos esforços da equipe do ministro Pedro Malan (Fazenda) para convencer o mercado de que não será necessário pisar no freio da economia, a Salomon Brothers prevê um arrocho no crédito por causa do aumento do déficit da balança comercial (importações maiores do que as exportações).
O déficit ficará em torno de uma média mensal de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre deste ano, diz a primeira edição do novo relatório trimestral da Salomon Brothers sobre países emergentes.
Câmbio A Salomon Brothers atribui a deterioração do desempenho comercial do Brasil aos efeitos de uma combinação "altamente distorcida" de política econômica: política fiscal frouxa com uma política monetária restritiva.
O aumento do déficit comercial, que a Salomon Brothers estima que vai dobrar para US$ 10 bilhões em 1997, reflete também "uma sobrevalorização do real em relação ao dólar de 15%".
Tendo em mente a alta prioridade dada pelo governo a manutenção de uma baixa taxa de inflação, a Salomon Brothers não acredita na aceleração do ritmo de desvalorização cambial.
Antes disso, diz, o governo pode recorrer a uma série de medidas, entre elas a venda de reservas cambiais, restrições ao crédito, barreiras às importações e privatização de empresas estatais.
No campo político, o relatório afirma que, uma vez assegurado o direito de reeleição ao presidente Fernando Henrique Cardoso, o governo vai jogar todas as suas fichas na aceleração das reformas constitucionais e do processo de privatizações.
Apesar disso, diz, a reforma administrativa, a única com chances de ser aprovada este ano, terá um limitado impacto fiscal somente no ano que vem.
Segundo a análise, o governo parece ter abandonado a reforma tributária de todo, preferindo adotar medidas isoladas para aumentar a arrecadação de impostos.

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