São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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Governo quer aliado na liderança do PPB

LUCIO VAZ
RAQUEL ULHÔA

LUCIO VAZ; RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Deputado que votou a favor da emenda da reeleição disputa cargo na Câmara com colega que seguiu Maluf

O governo FHC vai trabalhar para eleger um aliado para a liderança do PPB na Câmara. As lideranças do PSDB, PFL e PMDB não preocupam. No Senado, FHC pretende manter o atual quadro de líderes aliados.
Os ministros Sérgio Motta (Comunicações) e Francisco Dornelles (Indústria, Comércio e Turismo) apóiam a candidatura de Mário Cavallazzi (SC) para a liderança do PPB. José Bonifácio de Andrada (MG) é a segunda opção.
Um deles deverá enfrentar o atual líder, Odelmo Leão (MG), que acompanhou Paulo Maluf e comandou o grupo de 43 deputados do PPB que votou contra a emenda da reeleição no último dia 28. Outros 44 votaram a favor.
Cavallazzi já conversou com Motta. "Disse que era candidato e que voltaríamos a falar para ver de que forma o governo poderia me ajudar. Ele disse que está à disposição. Não pode trabalhar abertamente para mim, mas me apóia."
No contato com a bancada, Cavallazzi tem repetido o discurso: "Digo que é importante que a bancada tenha uma pessoa que possa negociar um espaço maior para o partido dentro do governo. Isso só vai ocorrer com alguém que votou a favor da reeleição."
No PMDB, os três candidatos, Geddel Vieira Lima (BA), João Almeida (BA) e Luiz Clerot (PB), são governistas. O ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) afirma que o governo não vai interferir na disputa.
Geddel é o mais próximo do governo FHC. Integrou o comando da campanha pela reeleição e foi um dos coordenadores da campanha de Michel Temer (SP) para a presidência da Câmara.
O PFL manteve Inocêncio Oliveira (PE) na liderança do partido na Câmara. Ele garantiu o cargo ao desistir de concorrer à presidência da Câmara, atendendo a um pedido do ex-presidente Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA).
A liderança do PSDB será disputada pelos deputados Jayme Santana (MA) e Aécio Neves (MG).
Ex-integrante do PDS e do PFL, Santana é considerado bom articulador político, mas Aécio tem mais projeção nacional. Eduardo Mascarenhas (RJ) também poderá concorrer ao cargo.
Senado
Os líderes dos três maiores partidos da base governista no Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), Hugo Napoleão (PFL-PI) e Sérgio Machado (PSDB-CE), foram reconduzidos aos cargos, sem disputa, ainda no ano passado.
A recondução foi formalizada pelas bancadas em 4 de fevereiro, dia da eleição do novo presidente da Casa, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
O líder do governo, Elcio Alvares (PFL-ES), ainda não foi reconduzido ao cargo por FHC. A expectativa de governistas é que isso ocorra nesta semana.
O líder do governo no Congresso, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), tem uma explicação para que não haja mudanças.
"Estamos no meio de um ciclo político, que se encerrará com o término das votações das emendas constitucionais. A tendência é manter os atuais líderes até a aprovação das reformas", disse.

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