São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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Especialista aponta risco em obra de água

Sabesp diz que pediu estudo

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Sabesp pretende melhorar o abastecimento da Grande São Paulo captando água de um braço da represa Billings que oferece risco potencial para a saúde pública.
A denúncia faz parte de um relatório preparado por seis especialistas em impacto ambiental, entre eles o consultor da OPS (Organização Pan-Americana de Saúde), Ben Hur Luttembarck Batalha.
O texto critica a abertura de licitação, em novembro, para a construção de uma estação elevatória para a captação de água do braço do rio Taquacetuba, na Billings.
A água seria levada por uma adutora de 13.910 metros até o reservatório Guarapiranga, de onde seria distribuída para consumo.
Os especialistas dizem que é "temerário" usar a água do Taquacetuba sem uma profunda investigação da qualidade da água.
"O braço do rio Taquacetuba, como parte da Billings, ao longo de décadas, vem recebendo carga de contaminada de origem doméstica e industrial, pelo sistema Tamanduatei-Tietê."
Batalha afirma que, apesar da melhora da qualidade da água nos últimos anos, ainda não é possível garantir o uso seguro.
A melhora apontada pelo consultor ocorreu com a redução do bombeamento das águas do rio Tietê em 1993.
"O leito do rio possui sedimentos acumulados de contaminantes, principalmente metais pesados", afirma Batalha. "Um estudo sério precisa ser feito ao longo de um ano, analisando todo o ciclo hidrológico."
Sabesp
O vice-presidente metropolitano de produção da Sabesp, Orlando Zuliani Cassetari, diz que a Cetesb vai fazer o monitoramento da água e pesquisar o leito do braço do rio.
"Não vamos iniciar a obra sem a devida licença ambiental. Queremos ter a certeza de que não há riscos para a saúde", afirma.
Segundo ele, a licitação foi aberta antes da licença ambiental "para ganhar tempo".

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