São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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Retirada de menores é polêmica

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos pontos que mais devem gerar polêmica no plano de segurança da polícia paulista é a retirada de menores carentes -infratores ou não- das ruas centrais de São Paulo.
A PM vai levar as crianças e adolescentes, mesmo aqueles que estiverem apenas vendendo produtos nos semáforos, para o SOS Criança.
Para Paulo Vitor Sapienza, coordenador da entidade, a maioria dos menores que se encontra no centro mora nas ruas e está ligada às drogas.
Já as que tentam vender produtos nos sinais ou pedem esmola possuem, segundo ele, vínculos familiares e colaboram para o sustento da casa.
Ainda assim, o SOS Criança orienta a polícia para levar esses menores ao posto de triagem da entidade na praça da República. "Quanto mais vezes a criança vier para cá, mais chances teremos de conversar com elas", afirmou Sapienza.
Quando o menor possui família, ela é contatada e recebe ajuda, como cestas básicas. Quando não, o menor pode, se desejar, permanecer no abrigo.
Em relação aos maiores, tanto a PM quanto o Ministério Público pedem colaboração. Ninguém poderá ser humilhado ou sofrer violência desnecessária por parte dos policiais.
"É recomendável andar com um documento de identificação. Caso não tenha, e se o policial pedir para levar a pessoa a uma delegacia, solicitamos que ela colabore e vá", disse o promotor Fernando Capez.
Em caso de suspeita fundada, é permitido ao policial revistar o cidadão para detectar se ele porta arma ou drogas.
O PM também pode conduzir a pessoa a um distrito policial se tiver elementos -uma descrição, por exemplo- para suspeitar que ela é procurada pela Justiça. Na delegacia, é feita uma pesquisa da situação processual do indivíduo.
Caso não conste mandado de prisão ou sentença condenatória, a pessoa será cadastrada, para controle da polícia, e liberada. Ninguém pode ficar detido por mera suspeita.
Qualquer pessoa que sofrer violência ou passar por vexame em decorrência da ação policial deve procurar o Ministério Público, fiscal da operação.

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