São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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Diretor do BC quer banda cambial mais larga

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Mesmo garantindo que não haverá qualquer mudança na banda cambial, o diretor da área externa do Banco Central, Gustavo Franco, afirmou ontem, no Rio, que é melhor trabalhar com uma banda cambial mais larga.
Franco credita as notícias de que a banda cambial seria alargada à especulação. Para ele, o grande problema do Brasil em 1997 é o déficit fiscal, que deve ser combatido para que a inflação continue nos atuais patamares.
As declarações de Franco foram dadas em conferência sobre serviços públicos na América Latina, promovido pelo banco de investimentos inglês Caspian Securities Inc., no Copacabana Palace, na zona sul do Rio.
Um dos palestrantes na abertura do encontrou, ontem, o diretor do BC centrou seu discurso no déficit fiscal.
Para Franco, a austeridade fiscal é para toda a vida e a questão é simples: trata-se de arrecadar mais e gastar menos.
Ele lembrou que o déficit fiscal nominal em 1996 foi de 7% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma de produtos e serviços do país). Para ele, a meta para 1997 é reduzir ao máximo o déficit fiscal, mas não citou valores.
Prioridades
Para Franco, a prioridade número um é resolver a situação fiscal. Segundo ele, houve muito pouco progresso no quadro fiscal no ano passado.
Franco afirmou, ainda, que as privatizações são cruciais para isso, mas não são o único caminho.
O diretor do Banco Central minimizou, em sua palestra, o déficit na balança comercial. Para ele, essa discussão é como "espuma". Ele disse que a situação externa está sob controle.
Franco lembrou ainda que a qualidade do investimento externo no país melhorou.
Ou seja: diminuiu o que se chama de "capital volátil", investimento em Bolsa de Valores que pode sair rapidamente do país, e aumentou o investimento em expansão e construção de fábricas.
Seminário
Ontem, no primeiro dia do seminário, que contou com a participação de 25 representantes de investidores estrangeiros e de dez representantes nacionais, interessados em investimentos em Bolsas de Valores e em privatizações, foi dedicado às telecomunicações.
As perguntas dos investidores, de uma maneira geral, repetiram-se para os diretores das empresas estaduais de telecomunicações. Eles estavam mais curiosos em saber sobre despesas de pessoal, planos de investimento e prazos e valores de reestruturação tarifária.
Hoje, o tema do seminário é petróleo e gás, com a participação de diretores de Petrobrás, White Martins, Copene, Odebrecht, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), entre outras empresas.
Amanhã, no encerramento, os investidores ouvirão palestras sobre o setor de energia elétrica.

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