São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997
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Saúde de reféns preocupa governo peruano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo do Peru disse ontem que teme emergências de saúde entre os 72 reféns mantidos pelo MRTA em Lima. Ontem a crise completou 62 dias, tornando o sequestro o mais longo da América Latina envolvendo embaixadas.
O ministro da Saúde do país, Marino Costa Bauer, em entrevista divulgada ontem, afirmou que uma equipe médica especial está preparada para prestar assistência a qualquer um dos reféns caso haja uma emergência. "É possível que uma emergência ocorra a qualquer momento", disse ele.
Alguns dos reféns preocupam as autoridades peruanas. O deputado Gilberto Siura, o ex-presidente da Suprema Corte Moisés Pantoja e "dois ou três outros" foram citados por Bauer como casos delicados. Siura estava recebendo tratamento contra um câncer. Pantoja escreveu à família reclamando que mal conseguia andar.
Membros da Cruz Vermelha disseram que muitos dos reféns sofrem de hipertensão, problemas digestivos, asma e depressão.
Na América Latina, a mais longa tomada de embaixada até ontem era a ocorrida em 1980 na Colômbia. Por 61 dias, a guerrilha M-19 manteve 57 reféns na representação da República Dominicana.
A crise acabou com o pagamento de resgate de US$ 2 milhões e a saída dos sequestradores do país.
O Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA) ocupou a casa do embaixador japonês em Lima em 17 de dezembro último, quando se realizava ali uma festa.
Atualmente, entre os 72 reféns estão um irmão do presidente Alberto Fujimori, altas autoridades peruanas e empresários japoneses.
Apoio popular
Apesar da duração da crise e do impasse que marca as negociações entre MRTA e governo, a atuação do presidente do país agrada à maioria da população.
Pesquisa divulgada ontem indica que 60% dos peruanos aprovam a atuação dele na crise. A mesma pesquisa revela também que 65% apóiam uma intervenção militar na casa do embaixador japonês.

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