São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Chuvas na colheita e ataque de praga derrubam a safra baiana

Estimativa aponta a menor produção dos últimos 20 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

A safra 96/97 de cacau da Bahia, Estado responsável por 88% da produção nacional, será a menor dos últimos 20 anos.
A informação é de Nicolaus Dieter, vice-presidente da área de cacau da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Cacau, Bala e Chocolate).
A Bahia deve colher este ano 2,3 milhões de sacas. No ano passado, foram colhidos 2,9 milhões de sacas do produto.
A colheita da safra temporã, que acontece entre maio e setembro deste ano, foi prejudicada pelas últimas chuvas de dezembro e janeiro.
A previsão indica uma produção de 1 milhão de sacas para a safra temporã.
Para a segunda colheita, chamada principal, que é realizada entre outubro e abril, está previsto 1,3 milhão de sacas.
Entre os fatores que estão provocando a redução, Dieter destaca a mudança climática na região e o alastramento de uma praga, a vassoura-de-bruxa, provocada por fungos.
Essa praga ataca o cacau baiano desde 1989. A vassoura-de-bruxa chegou a atingir 90% da produção de cacau da Bahia.
Há ainda o desmatamento e o avanço da pecuária no Estado que também colaboraram para a queda de produção, segundo Dieter, além dos preços baixos.
O preço internacional do cacau está em queda desde 90. Após atingir o auge em 77, quando o produto chegou a ser comercializado a US$ 3.000/t, despencou para US$ 1.000/t no início desta década.
Atualmente, a t de cacau está sendo vendida no mercado externo a US$ 1.300, diz Dieter.

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