São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Turismo traz renda adicional a fazendas

MARCELO NEGROMONTE
DO ENVIADO ESPECIAL

A dificuldade em transportar o gado criado no Pantanal até os frigoríficos é uma das principais razões para a baixa lucratividade da pecuária.
As longas distâncias, as condições das estradas, e um período restrito para usá-las (junho a novembro) são alguns fatores que encarecem a criação de gado na região.
Outra razão determinante para a crise da pecuária é o preço da arroba. "O preço da arroba praticamente não subiu depois do Plano Real, enquanto que os insumos ficaram mais caros", afirma André Moraes, pesquisador de economia rural da Embrapa.
"Manter a fazenda hoje apenas com a criação de gado é quase inviável", afirma Guilherme Rondon, dono da fazenda Barra Mansa com 700 cabeças de nelore.
A saída para fugir da crise na pecuária foi inaugurar, em julho do ano passado, o Hotel Recanto Barra Mansa, aproveitando os recursos naturais da região.
O Barra Mansa está localizado às margens do rio Negro a 130 km de Aquidauana (MS) e pode acomodar até 12 pessoas.
A diária da pousada custa R$ 125, incluindo três refeições e passeios pelos 2.200 hectares da fazenda.
"Espero que daqui a dois anos a pousada possa sustentar a fazenda. Com isso, a pecuária seria praticamente de subsistência", afirma Guilherme.
A fazenda Rio Negro, de Orlando Rondon, teve sua pousada de mesmo nome inaugurada em 89, mas ainda sobrevive com a pecuária.
"Metade do faturamento médio anual da fazenda é da pecuária, a outra é do ecoturismo", afirma Orlando.
Ele diz que se não tivesse a pousada ficaria muito pesado manter a fazenda só com o gado.
A fazenda Rio Negro possui 10 mil hectares e cerca de 3.000 cabeças de gado.
A pousada pode abrigar até 35 hóspedes, com uma diária de R$ 150, com refeições e passeios incluídos.
Comitiva de gado
O Refúgio Ecológico Caiman, localizado a 240 km de Campo Grande (MS), investe no turismo ecológico em sintonia com a pecuária.
O Caiman possui um programa que leva o visitante a participar de uma comitiva de gado. Durante cinco dias, o hóspede conduz uma manada a cavalo com o acompanhamento de peões.
A fazenda, de Roberto Klabin, possui quatro pousadas e cobra diária de R$ 225, abrigando até 72 pessoas.
Mas o forte da fazenda é a pecuária. "Cerca de 70% do faturamento da fazenda é oriundo da pecuária", afirma Robert Betenson, administrador das pousadas.
O Caiman possui 53 mil hectares e tem 24 mil cabeças de gado.

Onde saber mais - Hotel Recanto Barra Mansa, tel. (067) 383-5088; Pousada Rio Negro, tel. (067) 725-7853; Refúgio Ecológico Caiman, tel. (067) 883-6622

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