São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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'Ele deixou milhares de viúvas'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A morte de Darcy Ribeiro foi como "se uma estrela se apagasse", para a última namorada, Irene Ferraz, 38. Ontem, durante o velório do ex-companheiro, Irene confirmou a fama de namorador do senador.
"Ele deixou milhares de viúvas. Era apaixonante. Não era homem para ser de uma mulher só", disse.
Os dois continuavam amigos, tinham projetos de trabalho juntos (criar a Escola Brasileira de Cinema e Televisão), mas já não namoravam mais.
"A gente viveu um amor bonito. Ele era um homem muito interessante, que valorizava o potencial das mulheres e gostava de trabalhar com elas", afirmou.
O médico Mário Ribeiro, 72, irmão do senador, lembrou que, aos 14 anos, Darcy sofreu uma transformação.
"Até essa idade, ele vivia como qualquer adolescente. Era muito brigador e provocador. Aí ele descobriu a biblioteca do nosso tio, Plínio Ribeiro (ex-deputado federal). Leu todos os livros e passou a ter uma personalidade diferente. Ficou sério e não vivia as coisas de sua idade", disse.
Aos 16 anos, escreveu o primeiro livro -"A Lapa Grande"-, que nunca publicou. A partir dos 18 anos, segundo Mário Ribeiro, ficou "meio chatinho".
Um exemplar do livro de memórias do escritor norte-americano Gore Vidal acompanhou Darcy em seus últimos dias de vida no hospital, segundo a amiga Vera Brant.

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