São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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No Líbano, a sorte ajudou

DA REPORTAGEM LOCAL

A cobertura do conflito no Líbano, em abril de 1996, rendeu o Prêmio Folha de Jornalismo, categoria reportagem, ao jornalista Igor Gielow, 23, cinco anos de Folha.
Na época, Gielow era correspondente bolsista da Folha em Londres (Inglaterra). Ele foi deslocado para o Líbano após o ataque de Israel a uma base da ONU no sul do país, no dia 18 de abril, que deixou mais de cem civis mortos.
No Líbano, além de usar um colete a prova de balas, o jornalista lembra que foi ajudado pela sorte.
Gielow relata que pegou um táxi e começou a conversar com o motorista em francês. "De repente, descobri que ele já havia morado no Brasil, falava português e, o melhor, ele tinha ligações com o Hizbollah, uma das facções em guerra no Líbano."
A partir do contato no táxi, Gielow conseguiu entrevistas exclusivas com alguns dos principais líderes dos grupos em conflito.
Por duas vezes durante a cobertura, o repórter correu risco.
"Uma vez, fui cercado por um grupo de adolescentes muçulmanos que começou a gritar que eu era israelense. Eles tentaram me agredir, mas acabei salvo por um soldado sírio", lembra.
Em outra ocasião, foi ao porto de Sidon cobrir o ataque de navios israelenses. Ao chegar, um míssil caiu perto do local onde estava os correspondentes estrangeiros.
"Todo nós nos jogamos no chão e ouvimos os estilhaços da bomba caindo por perto", conta Gielow.
Segundo ele, fazer a cobertura de uma guerra era uma aspiração antiga. "Não esperava que acontecesse tão cedo na minha carreira."

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