São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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FHC barra criação de blocos entre partidos governistas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso interferiu nas negociações da base governista na Câmara para impedir a formação de blocos entre os partidos.
FHC teme que a disputa pela conquista da maior bancada -e, consequentemente, dos cargos mais cobiçados nas comissões especiais- prejudique a aprovação das reformas constitucionais.
Ontem, o presidente aproveitou um almoço com o presidente do Suriname, Jules Wijdeenbosch, para discutir o assunto com o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
"Não haverá blocos. Essa foi a mensagem que o presidente me autorizou a transmitir", disse Inocêncio, ontem à tarde.
Segundo o pefelista, FHC argumentou que os blocos poderiam criar problemas na base e descaracterizar os partidos.
Até esse momento, o líder do PSDB, José Aníbal (SP), insistia na possibilidade de formar um bloco com o PTB, o que asseguraria uma bancada com mais de 110 membros (a maior da Câmara).
Mais tarde, Aníbal afirmou que o bloco poderia ser deixado de lado, desde que o PSDB passasse a ter o mesmo peso do PFL e do PMDB na divisão dos cargos.
No ano passado, o PMDB e o PFL (maiores partidos da base governista) se revezaram na indicação de presidentes e relatores das comissões que analisaram as reformas, excluindo do rateio PSDB, PPB e PTB.
A fórmula descrita por Inocêncio contempla a principal reivindicação dos tucanos. "Vamos dividir os cargos igualmente entre o PFL, o PMDB e o PSDB", afirmou.
Além da igualdade entre essas legendas, planeja-se contemplar o PPB e PTB de acordo com o critério da proporcionalidade das bancadas. Aníbal, por exemplo, sugere que, para cada quatro cargos concedidos aos maiores partidos, o PPB receba dois e o PTB, um.
Em reunião marcada para ontem à noite, os líderes governistas discutiriam ainda os critérios para a prioridade na indicação de presidentes e relatores das comissões.
Inocêncio, líder da maior bancada (104 deputados), reivindica para si a preferência na indicação do relator da comissão que analisará a regulamentação da quebra do monopólio das telecomunicações. O cargo, porém, também é disputado pelo PMDB.
A comissão das telecomunicações deve ser a primeira formada após a votação do segundo turno da emenda da reeleição.

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