São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pepebista promove acordo com Planalto

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PPB na Câmara, deputado Odelmo Leão (MG), reuniu-se ontem com emissários do governo e acertou uma reaproximação do partido com o Planalto.
O PPB vai, a partir de agora, liberar seus parlamentares para votar como quiserem a emenda da reeleição no dia 25, quando será votada em segundo turno na Câmara.
Em relação a outras reformas constitucionais, o PPB votará como sempre fez no passado: junto com o governo. Em troca, Leão recebeu a garantia de que o governo ficaria de fora da disputa pela liderança do PPB. Isso daria a ele a possibilidade disputar a eleição para permanecer no posto.
O PPB está em processo avançado de desintegração. Tinha 87 deputados no dia da votação da emenda da reeleição, 28 de janeiro. Ontem, possuía 82. Dos 87 deputados do dia 28 de janeiro, 44 votaram a favor da reeleição, e 43, ligados a Paulo Maluf, contra.
Leão saiu desgastado. Tinha orientação de obstruir a votação da reeleição. Um documento assinado por mais de 70 deputados do partido o autorizava a isso.
Só que o partido rachou na votação. E isso colocou Leão numa posição de fragilidade. Era um líder que não liderava de fato a bancada.
Agora, como seu mandato de líder chegou ao fim, abriu-se uma guerra interna no PPB. Apresentaram-se candidatos das duas facções. A vitória de alguém significaria uma debandada ainda maior de deputados para outros partidos.
Foi para evitar essa debandada que Leão teve, ontem, a reunião com representantes do governo.
Ele conversou com o líder do governo na Câmara, deputado Benito Gama (PFL-BA), e com o ministro de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP).
No almoço dos três, que teve a aprovação de FHC, ficou decidido que Leão conversaria com lideranças do PPB e daria uma resposta definitiva nesta semana.
Não deve haver problemas em relação a liberar os votos para a emenda da reeleição nem a respeito das votações de outras reformas constitucionais. Mais difícil para Leão será apaziguar o PPB sobre sua permanência como líder.

Texto Anterior: FHC barra criação de blocos entre partidos governistas
Próximo Texto: PMDB escolhe líder aliado do governo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.