São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Sarney lança 'O Dono do Mar' na França

Lévi-Strauss participa do lançamento

BETINA BERNARDES
DE PARIS

O senador José Sarney (PMDB-AP) participou ontem do lançamento oficial de seu livro "O Dono do Mar" na França, em cerimônia prestigiada pela presença do antropólogo Claude Lévi-Strauss, que fez comentário elogioso na contracapa do romance.
A recepção foi organizada pela editora Hachette na Casa da América Latina, em Paris, onde compareceram várias personalidades: o ministro Francisco Dornelles, a condessa de Paris, Isabel de Orleans e Bragança, os embaixadores da Argentina, Uruguai, Paraguai, México, Cuba, El Salvador e Peru, o artista Juarez Machado e o escritor Maurice Druon, entre outros.
Sarney agradeceu a Lévi-Strauss suas impressões sobre o livro. "Ele me disse que eu não tinha nada a agradecer, porque ele não escreve o que não pensa e só escreveu o elogio porque o livro o tocou muito", contou Sarney.
Lévi-Strauss disse também que a linguagem regional empregada por Sarney em seu romance o fez lembrar dos tempos que viveu no Brasil. "Ele tem um trabalho sobre pescadores japoneses, e me disse que algumas lendas que relatei são muito parecidas com as que correm no Japão", disse Sarney.
O senador disse que está preparando um livro, que já conta com 90 páginas, sobre garimpeiros.
Sobre política, Sarney finalizou o primeiro dos dois volumes de suas memórias, que receberam o nome de "Testamento a Roseana". O primeiro abrange o período que vai de seu nascimento até a posse como presidente. O segundo, não terminado, vai até os dias atuais.
Para escrever, Sarney usa as noites e uma parte das manhãs. "Costumo dizer que só quem tem tempo é quem não tem tempo. Eu durmo pouco e sou disciplinado em matéria de trabalho", disse.
A pesquisa para fazer "Capitaine de la Mer Océane", nome do romance na versão francesa, data de muitos anos: "Quase toda a vida passei as férias na ilha do Curupu, no Maranhão, e tive oportunidade de ter contato com essa realidade".

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