São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tudo como antes no câmbio

LUÍS NASSIF
DO CONSELHO EDITORIAL

A mudança da banda cambial, anunciada ontem, apenas reafirmou que tudo continua como antes.
A mudança era esperada para março, devido ao fato de o dólar já estar batendo no teto anterior. Sempre que o dólar ameaça bater no teto, muda-se a banda, criando um novo patamar.
Foi o que ocorreu. No mercado financeiro, esperava-se a mudança em março. Como havia ansiedades no ar, o anúncio foi antecipado, e acaba pegando especuladores de calças curtas.
Especulação punida
Nos últimos dias, especuladores passaram a apostar na valorização do dólar no curto prazo, justamente em função das expectativas de mudança da banda.
Venderam dólar no longo prazo e compraram no curto, pensando que a valorização ocorreria até março -quando então refluiria, com o anúncio da nova banda cambial.
Com a antecipação do anúncio, os mercados de dólar deverão desabar, impondo prejuízos aos especuladores.
Reação provável
Como o anúncio da banda era o último ponto de instabilidade no curto prazo, as Bolsas de Valores deverão reagir positivamente.
Sabe-se que os indicadores macroeconômicos continuam se deteriorando. E as decisões de ontem reafirmam a posição do governo de não buscar o equilíbrio comercial via câmbio.
Paz provisória
E, no curto prazo, se obtém uma paz provisória, que manterá as expectativas positivas durante algum tempo ainda.

Texto Anterior: Lucro do Itaú chegou a R$ 602 mi
Próximo Texto: O câmbio vai continuar o mesmo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.