São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Investimento reduz emprego, mostra CNI

FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução do número de empregos na indústria brasileira deverá ser o resultado da grande maioria dos investimentos de US$ 26,33 bilhões esperados de 730 empresas em todo o país, no período entre 1995 e 1999.
A constatação é de uma pesquisa divulgada ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e feita em conjunto com a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe).
A pesquisa revela que 62% das empresas afirmaram que os investimentos aumentarão a produtividade, pois será reduzido o número de empregados em relação à quantidade de unidades fabricadas.
Desse total, 47,8% responderam que esse número deverá cair "pouco". Outros 14,2% afirmaram que esse número deverá cair "muito".
"Os investimentos pesquisados são poupadores de mão-de-obra. Eles estão direcionados para a automação, principalmente", reconheceu o chefe do Departamento Econômico da CNI, José Guilherme dos Reis.
As indústrias pesquisadas pela CNI informaram que US$ 11,8 bilhões em investimentos estão sendo executados ou já foram concluídos desde 1995. Os US$ 14,53 bilhões restantes serão investidos até 1999. Ao todo, serão realizados no país 3.451 projetos. Cada um deles receberá, em média, US$ 7,2 milhões.
Setores
Segundo a pesquisa, as indústrias de bebidas, farmacêutica, de materiais elétricos e de comunicações, de alimentos e de materiais de transportes são as que mais pretendem investir no período.
Ao mesmo tempo, os setores de borracha, papel, papelão e mecânica são os que têm menos planos de investimentos.
A pesquisa constatou que 40,1% das empresas avaliam estar investindo "razoavelmente", enquanto que 36,3% delas afirmam estar investindo "pouco". Apenas 14,2% das indústrias disseram que estão investindo "muito".
Entre 1995 e 1996, esses investimentos se concentraram na modernização de equipamentos e na redução de custos. A partir deste ano, os investimentos estarão direcionados para novos produtos e para a construção de novas unidades, segundo revelou a pesquisa.
Os recursos próprios respondem por 59,4% dos investimentos, enquanto os recursos de terceiros chegam a 35,4% do total. Apenas 5,2% dos investimentos se tornaram disponíveis por meio do aporte de capital dos acionistas.

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