São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Atacante quer muitos gols com Ronaldinho

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Romário disse ontem que espera jogar "muitos anos" ao lado de Ronaldinho no ataque da seleção brasileira.
A afirmação foi feita à tarde, no centro de treinamento do Flamengo, na Barra da Tijuca (zona sul do Rio), após o anúncio da convocação pelo técnico Zagallo.
"Vamos tentar fazer na seleção o que nós dois fazemos nos nossos clubes. Espero marcar muitos gols, e ele, com certeza, também", disse Romário.
O jogador afirmou ter uma grande admiração por Ronaldinho. "Ele me ajudou muito com declarações favoráveis à minha volta."
O atacante se declarou "bastante emocionado e muito feliz" com o retorno à seleção. "Foi um momento diferente de qualquer outro pelo qual já tenha passado."
"Eu tinha falado que minha maior vontade era voltar. Todo o esforço feito para isso foi recompensado. Agora, vou fazer o máximo para continuar."
Procurando demonstrar humildade, Romário afirmou que a disputa por uma vaga no ataque da seleção é "muito difícil, porque existem grandes jogadores, tanto no Brasil quanto no exterior".
"Mas confio bastante em mim e tenho certeza de que, se mostrar o mesmo trabalho que na Copa de 94, vou ficar na seleção."
Mentalidade
O jogador atribuiu ao Flamengo e ao técnico Júnior a "nova mentalidade" que lhe permitiu ser novamente convocado.
Ele tem sido um dos mais dedicados nos treinos do time e, nos jogos, o que mais pede empenho aos companheiros.
Ontem à tarde, ao entrar atrasado no campo de treino -porque ficara dando entrevistas sobre sua convocação-, Romário foi aplaudido pelos outros jogadores e recebeu um abraço de Júnior.
Romário disse que seu comportamento será "cada vez melhor, independente dessa convocação". "A idade vai chegando, e a gente vai aprendendo", afirmou.
Sobre as diferenças entre seu modo de agir hoje e em 94, Romário disse que são muitas.
"Agora tenho 31 anos e, na época, tinha 28. Vou procurar não fazer as coisas erradas que fiz."
Romário quase ficou de fora da convocação para o Mundial de 94 porque, num amistoso contra a Alemanha, em dezembro de 92, em Porto Alegre, recusou-se a ficar no banco de reservas.
O técnico Carlos Alberto Parreira, apoiado por seu então coordenador-técnico, Zagallo, deixou de convocá-lo nos amistosos de 93 e na maior parte dos jogos eliminatórios para a Copa de 94.
(MMo)

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