São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997 |
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'A Indomada' decepciona
MURILO GABRIELLI
Como de costume, a ambientação se deu em algum lugar do passado, no qual se plantam as raízes da trama que irá nortear toda a novela. Estava presente também, é claro, a abertura "high tech" a cargo de Hans Donner -desta feita de gosto ainda um pouco mais duvidoso. As semelhanças, porém, pararam por aí. A qualidade da iluminação, o cuidado com a decupagem, o ritmo envolvente não foram os mesmos. Se a primeira semana de "O Rei do Gado" virou minissérie, o primeiro capítulo desta mal conseguiu manter o interesse pelo dia seguinte. Em lugar de apostar em novos talentos como costuma fazer em primeiras fases, a Globo preferiu investir em canastrões consagrados, do porte de Carlos Alberto Ricceli. Resta o consolo da anunciada morte precoce deste. A intérprete de seu par romântico, Adriana Esteves, entretanto, irá sobreviver na pele da filha do casal, a tal indomada. Se havia uma semelhança que não precisava ser mantida com "Renascer", essa era Esteves. A atriz parece destinada a viver sempre a mesma insossa personagem. A única novidade que ela trouxe para a novela foi a cor dos olhos, pouco para manter o interesse no principal papel feminino. Ao conferir um passado britânico à Greenville que abriga a trama, Aguinaldo Silva pôde brincar com a mania dos habitantes de utilizar expressões na língua inglesa. O recurso dá margem a duas formas de humor. Uma óbvia, a exploração de falsos cognatos. Outra, um pouco mais sofisticada, a crítica às aspirações primeiro mundistas da elite brasileira. Esse veio humorístico, ainda pouco explorado, foi o que de melhor "A Indomada" apresentou. O difícil é saber se essa piada resistirá à repetição quase infinita que o gênero requer. Texto Anterior: Estréias não alteram índices de audiência Próximo Texto: Ratinho 'brilha' mais que mexicanas Índice |
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