São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Ratinho 'brilha' mais que mexicanas

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O conteúdo já é de qualidade duvidosa, mas a CNT deu um jeito de piorar ainda mais a estréia do pacote de cinco telenovelas da mexicana Televisa.
Nos intermináveis intervalos, a emissora armou um circo com o apresentador Ratinho de "sombrero", um locutor e um "mexicano" em trajes típicos.
A função dos três era animar sorteios de eletrodomésticos e um carro -este no final da maratona de novelas.
Para concorrer, o telespectador ligava -e pagava R$ 3,00- para dois números telefônicos. Em um, votava-se na CNT como "o canal das novelas".
E não foi tão surpreendente dois ganhadores da promoção de ontem terem ligado para o outro telefone -em que se votava em outros canais.
Primeiro porque as três primeiras novelas exibidas pela CNT ("Alcançar uma Estrela", "Prisioneira do Amor" e "Simplesmente Maria") são produções pobres de recursos.
Quase sem cenas externas, essas três novelas parecem ter sido feitas por cinegrafistas amadores. Ora é a sombra de um personagem ofuscando outro, ora é a falta de luz total.
Os argumentos também são anêmicos. Em "Alcançar uma Estrela", a protagonista é uma menina feia -com o característico óculos fundo de garrafa das novelas mexicanas- que se apaixona por um astro da TV e da música pop -um canastrão.
A açucarada "Prisioneira do Amor" é sobre uma mulher pobre que descobre que seu marido rico se casou com outra. O marido escorrega numa escada, bate a cabeça num vaso oco e morre. E a coitada da mulher é condenada pelo "crime".
Em "Simplesmente Maria" é uma ingênua empregada doméstica que se entrega a um playboy em um striptease "familiar", com vestido, combinação e saiote.

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