São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Mina das Minas toca e canta interior

HAROLDO CERAVOLO SEREZA
DA REDAÇÃO

Depois de seis anos sem gravar, passagens por Portugal e Espanha e recusas de 25 gravadoras, os quatro mineiros do Mina das Minas resolveram lançar "Bacupari" por um selo independente.
Pronto há uma semana, o disco, totalmente acústico, mostra, antes de tudo, o cerrado, com suas frutas e animais, do noroeste mineiro de Guarda-Mor.
Ou melhor, o cerrado que existia por lá. É um disco ecológico, por vezes militante. Em "Curumim e a Força da Modernização", por exemplo, o grupo canta: "E nas paragens já tem concreto/ E o predileto é a força da modernização/ Cadê meu pulmão?".
Crianças, aliás, são um tema recorrente. "Brincadeiras", outra faixa do disco, é um elogio da saudade. "Teima em não fugir da lembrança", começa, para, em seguida, enumerar as brincadeiras: "Vamos todos pra pracinha/ Jogar bola, rodar pião, namorar".
Mais que ecológicos e saudosistas, entretanto, os temas e a base do trabalho são regionais. Mas as influências incluem baião, blues, choro e reggae.
Foi o regionalismo e a opção pelas vozes e instrumentos, entretanto, que parecem ter afastado o grupo do mercado. Segundo Pedro Antônio, voz e contrabaixo, os selos tradicionais elogiavam a qualidade do trabalho, mas o interesse pelo produto acabava no departamento comercial.
"Para todo estilo, há consumidor. Se você acredita no seu trabalho, milhares acreditarão", acha.
O grupo já conta com quase 15 anos. Formou-se não em Minas, mas em São Paulo, em 1982.
Além de Pedro Antônio, cantam e tocam no conjunto Galba (violino, violão de 12 cordas e bandolim), Wellington de Faria (percussão e violão) e Márcio Pereira (violão).

Show: Mina das Minas
Quando: hoje e amanhã, às 19h30
Onde: Centro Cultural São Paulo (av. Vergueiro, 1.000, tel. 277-3611)
Quanto: R$ 8

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