São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Saúde de Deng derruba Bolsas asiáticas

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

As notícias sobre uma suposta piora no estado de saúde do líder chinês Deng Xiaoping, 92, provocaram queda nas Bolsas de Valores da China, Taiwan e Hong Kong.
O governo chinês rejeitou informações de que Deng teria sofrido um derrame cerebral no final de semana. "Não houve nenhuma grande mudança no estado de saúde do camarada Deng Xiaoping", disse um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores.
A notícia foi veiculada pelo jornal de Hong Kong "Apple Daily".
O governo não divulga detalhes sobre o estado de saúde de Deng, que não aparece em público desde fevereiro de 1994.
Mas o jornal japonês "Nihon Keizai Shimbun" disse que "segundo fontes diplomáticas em Pequim, a saúde de Deng Xiaoping (...) piorou e ele estava em condições críticas em 18 de fevereiro (ontem)".
O jornal diz ainda que altos funcionários do governo foram orientados a evitar deixar o país.
Em 1978, Deng deslanchou as reformas pró-capitalismo que permitiram, por exemplo, a criação de duas Bolsas num país governado pelo Partido Comunista.
A Bolsa de Valores de Shenzhen (sul) registrou ontem uma queda de 9,58% nas cotações de suas ações. Em Xangai, o mercado verificou uma baixa de 6,97%.
A Bolsa de Hong Kong fechou com uma queda de 0,32%, embora pela manhã tenha registrado baixa maior. Em Taiwan, foi registrada queda de 0,59%, influenciada também por fatores internos.
"Quando Deng partir, haverá inevitavelmente um certo grau de incerteza. As Bolsas não gostam de incerteza", disse o economista Peter Churchouse, de Hong Kong.
Deng não ocupa nenhum cargo oficial desde 1990 e nomeou Jiang Zemin como seu sucessor. Mas existe o risco de Jiang sofrer desafios depois da morte de seu padrinho político.

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