São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Promotor vai deixar o cargo até junho

Starr troca caso por universidade

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O promotor independente do caso Whitewater, Kenneth Starr, vai deixar a posição até o mês de junho, quando assumirá a direção da escola de direito da Universidade Pepperdine, na Califórnia.
Embora o presidente dos EUA, Bill Clinton, tenha se recusado a responder (ou mesmo reconhecer ter ouvido) perguntas sobre o assunto, a notícia deixou a Casa Branca, sede do governo do país, em estado de júbilo. A avaliação informal do governo é que a decisão de Starr indica que ele não tem nem terá elementos para indiciar o presidente ou a primeira-dama.
O próprio Starr, no entanto, alertou jornalistas a não tirarem "conclusões apressadas" sobre sua decisão de deixar o caso Whitewater: "As investigações continuam a todo o vapor. Eu sou apenas um indivíduo no processo".
O caso Whitewater envolve diversas acusações de ilegalidades contra Clinton, sua mulher, Hillary, e dezenas de assessores. Na semana passada, Starr disse ter obtido "novas e importantes" revelações e que estava avaliando a possibilidade de indiciar a primeira-dama. Treze pessoas, entre elas o ex-secretário-assistente da Justiça Webster Hubbell, já foram condenadas por Starr no caso.
Starr, 50, é o segundo promotor independente de Whitewater. Uma corte federal vai escolher seu sucessor. Ao contrário do primeiro promotor, Robert Fiske, que atuou no caso entre janeiro e junho de 1994, Starr era considerado pela Casa Branca como um inimigo ideológico.
Diversos líderes do Partido Democrata, de Clinton, acusavam o promotor de estar a serviço de interesses políticos.
O promotor independente não pode ser demitido pelo presidente e presta contas apenas à Justiça federal, embora os recursos para sua atuação sejam do Executivo.
Starr disse que sua decisão nada tem a ver com o estágio ou o conteúdo das investigações e se deve apenas ao fato de ter recebido uma "extraordinária oferta".

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