São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 1997
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Museu francês resume arte do Camboja

BETINA BERNARDES
DE PARIS

Pela primeira na França, um museu está expondo dez séculos de arte cambojana, reunindo peças de duas coleções de arte Khmer das mais prestigiadas mundialmente.
"Angkor - Dez Séculos de Arte Khmer", no Grand Palais, até 26 de maio, reúne 113 esculturas -66 vindas do Museu Nacional de Phnom-Penh, no Camboja, e o restante, do Museu Nacional de Artes Asiáticas Guimet, da França.
As peças, em pedra, bronze e madeira, contam a história da escultura no Camboja dos séculos 6 ao 16. A antiga arte cambojana é dividida em três grandes períodos.
O pré-agkoriano, do primeiro século da era cristã ao século 8, o angkoriano, dos séculos 9 ao 15, e o pós-angkoriano, do século 15 aos dias atuais.
Os nomes são baseados em Angkor, capital do império do fim do século 9 ao ano de 1431, quando foi abandonada pela corte.
As exposições universais e coloniais de 1878 a 1931 ajudaram a divulgar a arte da região, alimentada pelas histórias que falavam dos templos construídos na floresta.
A exposição, em ordem cronológica, mostra o período dos séculos 6 ao 8 da arte pré-angkoriana, cujas criações são consideradas as mais belas da arte Khmer, por sua diversidade estilística.
A arte de Banteay Srei, do século 10, vinda do templo com o mesmo nome localizado a 20 km de Angkor, é tida como uma das maravilhas da arte Khmer.
Trabalhado pelos melhores escultores do ano 967, o templo monumental, em arenito, foi remontado nos anos 30.
A arte do reino de Jayavarman 7, uma das figuras mais importantes da história Khmer, também está representada na mostra.
Inspirada no modelo de escultura indiana, a arte Khmer adquiriu independência e expressão próprias.
Nos primeiros séculos da era cristã, existiam estreitos contatos comerciais entre o subcontinente indiano e o sudeste asiático.
As elites dessa região adotaram a língua (sânscrito), e as religiões indianas (budismo e hinduísmo). Nas artes, também tomaram como modelo a Índia, mas daí nasceu uma forma característica.
A "Cabeça de Siva" presente na exposição, esculpida no início do século 10 e original do templo de Phnom Bok, é um exemplo dessa independência, com perfeccionismo formal e grandiosidade.

Exposição: Angkor - Dez Séculos de Arte Khmer
Onde: Grand Palais (Paris)
Quando: até 26 de maio
Quanto: US$ 10

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