São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 1997
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Passageiros fiscalizam falha em vôos

Aeronáutica distribui questionário a usuários

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quem suspeitar de alguma falha nos transportes aéreos terá um canal direto de comunicação com o Ministério da Aeronáutica.
A partir de 27 de março, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), distribui em aeroportos e aviões o "Relatório Confidencial para Segurança de Vôo".
O formulário deve ser preenchido com nome, endereço e telefone do remetente, mas, as informações serão mantidas em sigilo. A postagem é gratuita.
O Cenipa quer saber quem enviou a informação para poder resolver eventuais dúvidas. Depois disso, o relatório passa a ser tratado apenas pelo número.
Se o remetente quiser saber o que foi apurado, poderá pedir explicações por fax ao Cenipa, pelo número (061) 365-1004.
"Ninguém deve ter vergonha de comunicar uma bobagem. Cabe a nós apurar todas as suspeitas", disse o tenente-coronel Marcus Antônio Araújo, coordenador do projeto do relatório confidencial.
As informações registradas pelo Cenipa não vão ser utilizadas para punição ou investigação de responsabilidade. O DAC (Departamento de Aviação Civil), do Ministério da Aeronáutica será comunicado e poderá fiscalizar a empresa para encontrar problemas semelhantes. Mas não poderá punir com base nas informações registradas no Cenipa.
O relatório é baseado em um modelo que existe nos EUA há 21 anos. Inglaterra, Canadá e Austrália estão entre os outros países que utilizam o mesmo sistema.
O formulário parece complexo a pessoas leigas em aviação. Mas elas estão dispensadas dos campos técnicos. Podem descrever o que viram acontecer, no último espaço.
O Cenipa pretende criar também um serviço telefônico para receber reclamações, suspeitas e dúvidas sobre segurança de vôo.
Houve, no Brasil, uma diminuição no número de acidentes do ano passado para o anterior, de 102 para 87. O número de mortes em acidentes aéreos, porém, aumentou de 98 para 187.
Segundo o Cenipa, para cada acidente que acontece há 29 incidentes, falhas que não causam danos. Se cada uma delas for comunicada, o Cenipa deve receber cerca de 3.000 cartas por ano.

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