São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 1997
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Assassino de King pode ter novo julgamento

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um juiz federal ouviu ontem argumentos em favor de um novo julgamento de James Earl Ray, o homem que há 29 anos confessou ter assassinado o líder do movimento pelos direitos civis dos negros nos EUA, Martin Luther King Jr. A viúva de King, Coretta, depôs em favor do novo julgamento.
Os advogados de Ray disseram que a polícia federal nunca confrontou a bala que matou King com o rifle que tinha as impressões digitais de seu cliente para checar se ele havia sido a arma do crime.
Ray, 68, voltou atrás em sua confissão três dias após ter sido sentenciado a 99 anos de prisão, pena que está cumprindo em Memphis, Tennessee. Na sua segunda versão do crime, Ray disse ter participado de conspiração para matar King, mas não ter sido quem o matou.
Coretta King disse que um novo julgamento de Ray é "a última esperança para se revelar a verdade sobre o assassinato" do marido.
O rifle Remington com as impressões digitais de Ray foi achado próximo do hotel de Memphis onde King foi morto em 5 de abril de 1968. Ray admitiu que a arma lhe pertencia e que ele a tinha consigo em Memphis naquele dia.
Como no caso do assassinato de John Kennedy, em 1963, diversas teorias de que King foi objeto de uma conspiração em vez de vítima de um assassino solitário têm recebido enorme divulgação.
A família de King está pedindo que a decisão da Justiça seja rápida porque Ray sofre de enfermidade terminal no fígado. Ray está em campanha para que alguém lhe doe um fígado.
A promotoria argumentou ontem que a Justiça já negou uma vez a Ray o direito de ser julgado de novo e que ele deve cumprir sua pena até o fim sem novos recursos.
King, Nobel da Paz de 1964, era considerado o mais importante líder do movimento da não-violência desde Gandhi.
(CELS)

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