São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997
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Ramos pede afastamento

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA

O coordenador da Dívida Pública do município de São Paulo, Wagner Baptista Ramos, pediu ontem afastamento temporário -e sem vencimentos- de suas funções na prefeitura.
Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga transações com títulos públicos para o pagamento de dívidas judiciais, Ramos admitiu que trabalhava para a corretora Perfil, uma das envolvidas no caso.
O prefeito Celso Pitta (PPB), que afirmou desconhecer as ligações de Ramos com a Perfil, disse que este era o responsável pela análise técnica de todas as operações financeiras realizadas com os títulos da prefeitura paulistana.
Pitta declarou que, como secretário das Finanças, baseou sua escolha das corretoras em análise técnica feita pela Coordenadoria da Dívida Pública.
Segundo ele, o caso é uma "revanche", uma "tentativa de voltar a um terceiro turno das eleições."
"Os que falaram contra a prefeitura são de partidos que saíram derrotados das eleições", declarou, para em seguida nominar os senadores José Serra (PSDB) e Eduardo Suplicy (PT).
O prefeito ainda levantou dúvidas sobre a necessidade da CPI. "Era necessária a intervenção de uma CPI para que o BC cumprisse suas funções?"
Pitta afirmou também que a atuação do BC estaria decepcionando. "Ao que tudo indica, ele está servindo de braço político a uma intenção que não me parece nada correta."
O secretário da Fazenda de Santa Catarina na época em que teriam ocorrido as irregularidades, Oscar Falk, disse que as declarações do senador Roberto Requião (PMDB-PR) "são destemperadas".
Falk deixou o cargo em 20 de janeiro, assumindo uma diretoria das Centrais Elétricas de Santa Catarina. O atual secretário da Fazenda, Paulo Prisco, não costuma tratar do problema dos precatórios, conforme informou sua assessoria.

Colaborou a Agência Folha

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