São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997 |
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Fazendeiros recriam UDR no sul do Pará ESTANISLAU MARIA ESTANISLAU MARIA; EDMILSON ZANETTI
A nova UDR regional pretende contratar empresas de segurança privada para substituir as Polícias Militar e Civil, que, segundo os fazendeiros, não fazem nada. "A PM daqui está de pés e mãos atados, devido ao massacre do ano passado. Qualquer ação deles precisa ser autorizada pelo comando em Belém", disse o vice-prefeito de Redenção, José Mota (PDT). "Queremos uma ação unificada e respaldada pela UDR, que fará tudo dentro da lei. Assim evitamos que alguns produtores acabem contratando jagunços", disse Bernardo de Andrade, sócio da Versátil Agropecuária. A volta da UDR foi apressada pelas invasões nos últimos 15 dias. Grupos armados invadiram a Inajá e a Companhia Agropecuária São Salomão. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) diz não ter ligações com os invasores, pois só atua em Marabá. A direção da UDR ainda não foi eleita, mas os fazendeiros já marcaram um leilão de gado no dia 2, cuja renda será usada para contratar empresas de segurança. UDR nacional O presidente da UDR em Presidente Prudente (SP), Roosevelt Roque dos Santos, prevê o ressurgimento da entidade em caráter nacional ainda este ano. "Quando decidimos reorganizar a UDR, combinamos que só voltaria se nascesse das bases, e é isso que está acontecendo", disse. A UDR em Presidente Prudente foi a primeira a ser recriada, em setembro do ano passado, em razão das constantes invasões de terra promovidas pelo MST. A do sul do Pará é a terceira regional da UDR a renascer. A segunda foi a de Nova Andradina (MS), em janeiro. Para Santos, além das invasões do MST, a política econômica do governo federal, "com altas taxas de juros e falta de financiamento agrícola", está provocando a reorganização dos fazendeiros. Colaborou Edmilson Zanetti, da Agência Folha, em São José do Rio Preto Texto Anterior: Promotor denuncia 155 por massacre Índice |
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