São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997
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PMs dão aulas antidrogas para estudantes de escolas estaduais

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir do dia 3 de março alunos de cerca de 150 escolas da rede pública estadual de São Paulo passarão a ter aulas de prevenção às drogas e violência. Os cursos serão dados por policiais militares fardados.
O Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), que será implantado pelo comando da Polícia Militar de São Paulo, pretende atingir crianças de 9 a 12 anos, além de tentar mudar a imagem da polícia.
O projeto é baseado no programa Dare (Drug Abuse Resistence Education), desenvolvido há 13 anos pelo Departamento de Polícia de Los Angeles (Estados Unidos).
O programa existe em 47 países e atinge mais de 3,5 milhões de estudantes por ano, segundo o coordenador do Dare de San Diego (Califórnia), David Landman, que está em São Paulo para dar assistência à implantação do projeto.
"O objetivo da proposta é ensinar crianças maneiras de resistir às pressões dos colegas que queiram fornecer drogas", disse o coordenado do programa, major Marco Antonio Geraldini. De acordo com ele, seis escolas particulares também adotarão o curso.
Segundo o coordenador do curso, tenente Carlos Eduardo Righi, o programa norte-americano sofreu algumas adaptações para a realidade brasileira. "Por exemplo, não damos ênfase à questão das brigas de gangues, que não ocorrem com frequência em São Paulo", disse ele.
Vinte e nove policiais atenderão a mil salas de aula, nos dois semestres. A previsão é que cerca de 40 mil crianças frequentem o curso.
Mudança de imagem
Segundo Righi, o policial dará as aulas fardado para "melhorar a imagem da PM".
"Pretendemos mostrar que a polícia não faz só trabalho ruim, de pegar bandido. Queremos passar a imagem de uma polícia preocupada com os conceitos de cidadania", afirmou Righi.
"A violência e o contato com as drogas têm início entre pessoas de um mesmo grupo -por exemplo, na escola- e até na família. Por isso, é necessário prevenir essas atitudes dentro da escola", afirmou Landman, cujo departamento conta com orçamento de US$ 3,5 milhões por ano para prevenção do uso de drogas.

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