São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997 |
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Partido quer levar cinzas para Hong Kong
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Para "realizar o desejo de Deng", elas seriam jogadas ao mar depois de 1º de julho próximo, quando Hong Kong volta ao controle da China. "Esperamos que os senhores possam guardar uma parte das cinzas de Deng até depois de Hong Kong voltar à China em julho de 97, para serem lançadas ao mar (aqui)", escreveu Tsang Yok-sing, presidente do partido. "Assim, realizamos seu último desejo, de vir aqui depois da devolução". Deng Xiaoping negociou com Londres a devolução da colônia britânica. Em 1984, costurou um acordo sob a fórmula "um país, dois sistemas", que prevê a manutenção do sistema capitalista e de liberdades individuais em Hong Kong depois da volta à administração de Pequim. Dois líderes do Partido Democrático, acusados de "subversivos" por Pequim, foram ontem transmitir seus votos de pesar na sede da agência de notícias "Xinhua", que funciona na realidade como representação diplomática da China em Hong Kong. O Partido Democrático, o maior da colônia britânica, acusa Pequim de planejar restrições à democracia em Hong Kong. A China já anunciou, por exemplo, que vai dissolver o atual Conselho Legislativo, eleito diretamente, para substituí-lo por um Parlamento de "notáveis". Yeung Sum, vice-presidente do partido, disse que sua visita à agência "Xinhua" não representava a tentativa de se aproximar de Pequim, mas uma demonstração de respeito. "Queremos ainda pedir aos líderes atuais que revejam sua posição sobre 4 de junho", disse Yeung. Ele se referia ao massacre do movimento pró-democracia da praça Tiananmen, em Pequim, que deixou centenas de mortos em 1989. O Partido Democrático surgiu como uma reação em Hong Kong ao massacre de Tiananmen. Ele foi excluído por Pequim dos organismos que preparam a volta da colônia britânica para o controle chinês. (CELS) Texto Anterior: Multidão vai à casa de Deng Próximo Texto: Filhos devem adotar um comportamento discreto Índice |
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