São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997
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Só paixão pela bola aproxima moderno e arcaico no Brasil

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A RIO GRANDE (RS)

Um nasceu no ano passado como uma empresa em busca de lucro no mercado do futebol, a grande paixão de seu presidente e fundador, o ex-jogador Zico.
O outro completará 97 anos em julho graças à generosidade de sócios, ao trabalho não-remunerado de dirigentes e ao sonho de chegar ao centenário no ano 2000.
Ambos mantêm equipes profissionais de futebol.
O Rio de Janeiro Futebol Clube Ltda., o primeiro clube-empresa nacional, estréia oficialmente em março como emblema do futuro do futebol brasileiro. Já começa dando lucro.
Criado em 1900 no interior gaúcho, o Sport Club Rio Grande é o mais velho clube de futebol em atividade ininterrupta no país. Exemplo do passado-presente do futebol brasileiro, permanece legalmente no profissionalismo, apesar de, como a maioria dos clubes, sobreviver de fato no amadorismo.
No Rio de Janeiro FC, há pagamento de Imposto de Renda sobre lucro, parceria com japoneses e gerência empresarial.
No Rio Grande, "vaquinhas" de torcedores complementam a folha salarial de R$ 4.000 e o vice-presidente, um ex-atleta da equipe, tornou-se técnico sem salário, só para ajudar.
Mais do que os 1.883 km entre as sedes dos times, há um abismo de mentalidade a separar dois tempos históricos que convivem no mesmo futebol brasileiro do fim de século. A adoração pelo futebol é o que lhes resta em comum.

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