São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997
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Jovens voltam a dançar juntinhos em bailes

PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

A exemplo do que vem ocorrendo em Paris, embora em menores proporções, jovens brasileiros estão começando a descobrir o charme das danças de salão.
A grande procura por cursos fez com que se multiplicassem, nos últimos anos, as escolas que ensinam ritmos como salsa, mambo, merengue, fox-trot e até tango.
Algumas casas noturnas de São Paulo, com público predominantemente jovem -como o Moinho Santo Antônio, o bar Avenida e o Blen Blen Club-, começaram a apostar no "revival" dos bailes orquestrados, atraindo pessoas de diversas idades.
O Moinho Santo Antônio, na Mooca (zona leste), está promovendo desde janeiro, às quartas-feiras, o Projeto Dançar, com orquestras diferentes a cada noite que trazem no repertório variados ritmos da dança a dois.
Os bailes iriam acontecer somente até o final deste mês. Mas o sucesso de público -cerca de mil pessoas frequentam a casa às quartas-feiras- fez com que o prazo fosse prorrogado até março.
Grande parte dos casais que ocupam a pista do Moinho nessas noites tem idade acima de 30 anos. Mas também é comum esbarrar em jovens de 18 a 25 anos que saíram fresquinhos de academias para mostrar seus passos habilidosos de gafieira, salsa ou bolero.
É o caso dos amigos Cláudia Faria, 27, e Ari Feitosa, 28. Eles aprenderam a dançar há quatro anos e nunca mais pararam. Ele atualmente ministra aulas e ela frequenta até bailes da saudade.
"Os bailes promovem uma grande integração entre pessoas de idades diferentes. Danço muito com homens mais velhos, que ensinam novos passos", diz Cláudia.
Já Feitosa afirma que conheceu várias namoradas durante um baile. "O homem que dança bem consegue qualquer menina. Mas o principal é que a dança em si é uma terapia e uma diversão", diz.
O bar Avenida, em Pinheiros (zona oeste), se tornou um ponto de encontro de jovens que curtem dançar salsa e merengue -a dois ou mesmo separados, com coreografias alegres.
Os Heartbreakers, banda de ritmos caribenhos, animam a festa às quartas-feiras no Avenida e às sextas-feiras no Blen Blen, também em Pinheiros. Bailarinos do grupo Tribo, que trabalham com a banda, ensinam passos aos iniciantes.
Às sextas e sábados, no Avenida, orquestras diferentes tocam bolero, MPB, mambo e gafieira para um público mais velho, a partir dos 30 anos.
E aos domingos, a casa promove aula de dança seguida de um show com a banda Farinha Seca, que toca principalmente gafieira. "Nesse dia predominam universitários que descobriram que dançar a dois é muito mais sensual", diz Marcelo Bairão, diretor de marketing do Avenida e do Blen Blen.

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