São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997 |
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Serviço oferece opção a vítimas de estupro
AURELIANO BIANCARELLI
A concentração do medicamento -aplicado nas 72 horas seguintes à relação- provoca uma descamação das paredes do útero e um consequente sangramento, impedindo que o óvulo se implante. Em 75% dos casos, a gravidez não acontece. Em dois meses, o número de mulheres que denunciavam estupros na cidade passou de 12 para 20 casos mensais. O recurso já é empregado por médicos em casos de rompimento do preservativo ou mesmo deslocamento do DIU de suas pacientes. Também é praticado nas unidades da rede pública que têm programas de saúde da mulher. No início do ano passado, o Ministério da Saúde normatizou o uso da "contracepção de emergência" para casos de estupro. Em novembro, Goiânia transformou-se na primeira cidade a oferecer esse serviço. "Trata-se de um preventivo da gravidez, não de um aborto", diz Marilúcia Batista Antonio, da secretaria municipal. "Não tivemos reações contrárias." O serviço atende a uma reivindicação da delegacia da Mulher e do grupo de mulheres Transas do Corpo. "As mulheres vítimas de estupro passaram a procurar nossa delegacia rapidamente", diz Maria Nalva Doca, delegada-titular da Delegacia de Defesa. A mulher preenche um Boletim de Ocorrência, passa por exame de corpo de delito e é encaminhada ao posto de saúde para a medicação. A tentativa de colocar em prática o direito ao "aborto legal" -aquele permitido por lei- não foi bem-sucedida. Com o terço na mão e o recurso à Internet, o padre Luiz Carlos Lodi, da diocese da vizinha Anápolis, vem combatendo qualquer tipo de aborto no Estado. O Instituto Materno-Infantil, que se propôs a fazer abortos em mulheres grávidas ou em risco de vida, adiou os planos. (AB) Texto Anterior: Samaritano opera com microcâmeras Próximo Texto: Jovens voltam a dançar juntinhos em bailes Índice |
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