São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997
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Parada necessária

TELÊ SANTANA

Lamento muito a suspensão da parada técnica no Campeonato Paulista. Era uma inovação que estava trazendo benefício a todos.
Os treinadores podiam corrigir o posicionamento de seus atletas, e os jogadores tinham um tempo para respirar, para repor as energias.
Infelizmente eu já previa que a Fifa iria colocar complicações para a continuidade da parada técnica.
Qualquer idéia que não tenha saído da cabeça deles dificilmente será aprovada.
Isso é lamentável quando se trata de coisas que venham melhorar o futebol, como o caso da limitação de faltas durante o Torneio Rio-São Paulo. E olha que são poucas as pessoas que pensam no bem do esporte.
O que me chateia é que isso só acontece no futebol.
Os outros esportes, como o basquete, estão sempre mudando para evoluir. O nosso permanece estagnado.
*
Por outro lado, nossos dirigentes conseguem marcar um jogo para as 11h da manhã. É uma façanha.
No caso, o clássico entre Corinthians e São Paulo.
Não é um horário indicado. Está fazendo muito calor nessa época do ano.
Nessa temperatura, os jogadores vão terminar a partida, se conseguirem terminar, exaustos. Acho que o horário é ruim para todos, até para os torcedores. O espetáculo vai, certamente, cair de produção.
É um horário, que, evidentemente, só deve interessar às emissoras de televisão.
*
A grande decepção neste início de Paulista são algumas equipes do interior.
Elas não se prepararam adequadamente para enfrentar uma competição de alto nível e estão tomando goleadas, o que, em outros tempos, dificilmente aconteceria.
O interior paulista era conhecido até há pouco por sua força. Ganhar, em qualquer cidade, era uma missão mais do que árdua.
Todos sofriam: Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos... Hoje, os grandes já viajam com a certeza da vitória. Quem perder pontos para os chamados pequenos até entra em crise.

E-mail: tele@wgserver.cyberland.com.br

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