São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Transação dá prejuízo a AL

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O governo de Alagoas vendeu R$ 20,4 milhões em títulos estaduais para o Banco ABC Roma com deságio de 11,43%. Quatro meses depois, recomprou os títulos com deságio de 1,1%, segundo contrato publicado no "Diário Oficial" do Estado.
Com isso, o governo de Divaldo Suruagy (PMDB) pagou cerca de 10% a mais nos títulos que ele mesmo havia vendido e teve prejuízo de mais de R$ 2 milhões em uma única operação.
O governo alagoano não tinha motivos para efetuar a recompra, em julho do ano passado. Os papéis só venceriam um ano depois, ou seja, em julho deste ano.
Para o deputado estadual Cícero Ferro (PSD), a "operação, além de ilegal, é imoral".
"O governo não podia ter recomprado esses títulos com prejuízo tão grande aos cofres estaduais.", afirmou Ferro.
Outro lado
O ex-secretário de Fazenda José Pereira de Souza, responsável pela emissão, disse que o contrato de recompra com o ABC Roma não chegou a ser pago, apesar de publicado no 'Diário Oficial'.
Ele afirmou que o ABC Roma recebeu os títulos em pagamento a empréstimo que o Estado tinha feito como antecipação de receita, com o compromisso de que os títulos fossem recomprados pelo Estado após quatro meses.
O presidente do ABC Roma, Tito Enrique da Silva Neto, disse que o banco atuou apenas como intermediário entre o Estado de Alagoas e "um cliente". Ele não quis revelar o nome do cliente.

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