São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Boa Safra é investigada

FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pelo menos quatro operações puseram a distribuidora de títulos Boa Safra na mira da CPI que investiga irregularidades na emissão de títulos públicos.
A Boa Safra, de São Paulo, comandou as operações de compra de aproximadamente R$ 500 milhões em debêntures emitidas por empresas de participação dos Estados de Santa Catarina e Paraná. Essas debêntures poderão ser investigadas pela CPI, assim como as emitidas por Minas.
Juntas, elas representam uma emissão de aproximadamente R$ 1 bilhão. Todas elas têm como garantia ações das companhias energéticas dos Estados.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator da CPI, quer investigar esses papéis porque eles teriam sido remunerados por uma taxa de juros acima da média do mercado.
Os Estados teriam pago taxas de lançamento a corretoras envolvidas nas investigações e não teriam investido os recursos captados com as debêntures nas suas empresas energéticas -o procedimento normal.
A CPI sabe que a distribuidora Boa Safra recebeu um cheque de R$ 9,7 milhões da IBF Factoring, envolvida em operações irregulares com títulos de Pernambuco, Alagoas e Santa Catarina.
"A Boa Safra liderou um grupo de corretores em operações com debêntures", afirmou Requião.
Para o relator, a criação de empresas especializadas no lançamento de debêntures foi uma "mandrakice" dos Estados -uma referência ao mágico Mandrake, personagem de histórias em quadrinhos.
(FG)

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