São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Cargo causa choque entre PFL e PSDB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Menos de 24 horas depois de o ministro Sérgio Motta (Comunicações) afirmar ao líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA), que PFL e PSDB têm "uma aliança total", os dois partidos desencadearam uma disputa aberta por cargos na Câmara.
Motta e o líder pefelista participaram anteontem à noite do jantar que o presidente Fernando Henrique Cardoso ofereceu ao presidente da Finlândia, Martti Ahtisaari, no Itamaraty.
"Agora, a nossa aliança é total", disse o ministro a Benito ao final do jantar. Ele uniu as mãos ao fazer a afirmação. "Agora, eu até acho o Inocêncio (Oliveira, líder do PFL na Câmara) cordial", completou o ministro. Benito deu risadas.
Na manhã de ontem, no entanto, a disputa pelo cargo de líder do governo na Câmara já gerava um novo atrito entre Benito e o líder do PSDB, José Aníbal (SP).
Com informações de que Aníbal almeja ocupar o seu cargo, o atual líder do governo chegou à Câmara demonstrando irritação. "Isso é uma molecagem, no mínimo."
Benito classificou qualquer tentativa de mudança no cargo de "jogo baixo, sujo e rasteiro".
Aníbal aproveitou a irritação do pefelista para fazer declarações de quem ignorava o atrito. "Esses líderes deveriam usar o espaço e o tempo que têm na arregimentação de deputados para a votação das reformas", disse o tucano.
Uma operação para acalmar os ânimos na base governista foi desencadeada. "Chegou o momento de botar panos quentes. Em véspera de votação, uma desagregação dessa natureza é traumática e seria um desastre para a base do governo", afirmou Inocêncio.
O ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) ficou encarregado de marcar uma reunião entre os líderes governistas e FHC. Motta telefonou para Benito.
Os líderes tucanos do Congresso, José Roberto Arruda (DF), e do Senado, Sérgio Machado (CE), foram conversar com Aníbal.
Há muito tempo Aníbal reivindica a liderança do governo na Câmara para o PSDB. O partido reclama que os principais cargos legislativos estão nas mãos de pefelistas e peemedebistas.

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