São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Rio ganha oito novos postos de serviço jurídico

Balcões prestam assessoria gratuita

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro Nelson Jobim (Justiça) e o coordenador do Viva Rio, Rubem César Fernandes, anunciaram ontem no Rio que vão assinar convênios para a criação de mais oito Balcões de Direito no Rio.
Trata-se de um programa pelo qual, em comunidades carentes, são instalados postos de prestação de serviços de assessoria jurídica gratuita, mediação de conflitos e encaminhamento de documentos básicos para a população.
Ontem, o ministro esteve presente ao lançamento da unidade do morro Chapéu Mangueira, no Leme (zona sul do Rio), uma das cinco já em funcionamento.
O Ministério da Justiça, por meio da Secretaria de Cidadania, financia o programa, destinando R$ 4.000 por mês a cada núcleo.
Para Jobim, o programa "não é solução, mas uma fórmula". Ele sugeriu que a idéia poderia ser adotada em todo o país.
"O problema básico é saber se alguém tem disposição de fazer. Aqui no Rio, tem gente com disposição de fazer", disse, referindo-se ao Viva Rio. "Não é em todo o país que você encontra isso."
O ministro criticou o que chamou de "visão distorcida" sobre a atuação do Estado no campo da prestação de serviços de cidadania à população.
"Existe uma visão de que o Estado tem de fazer. O Estado pode é coordenar ações da sociedade civil, como estamos fazendo agora."
Para o ministro, projetos como o dos Balcões de Direitos precisam ser valorizados.
"É nos atos concretos de prestação de serviços, e não no discurso, que se constrói a cidadania", disse Jobim.
Em cada Balcão de Direito, trabalham um advogado coordenador, quatro estagiários e um agente comunitário.
Quando necessário, haverá defensores públicos e agentes de polícia para a resolução de conflitos.
"É uma clínica geral na área de cidadania e direito", disse Rubem César Fernandes. "Não há restrição de qualquer tipo."
Segundo a advogada Maria Luísa de Luna, 24, coordenadora do núcleo do morro Santa Marta, em Botafogo (zona sul), os casos mais frequentes se referem a documentação, questões de família e direito trabalhista. A média é 20 atendimentos por dia no local.

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